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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Lusco-Fusco das Derradeiras Centelhas de Vida



Contemplo
(sorrindo enamorado!)
O estreito e ladeiroso caminho
Que a fagulhar de amor se alumia
Para o deslanchar sereno...                                                              
Do atento andarilho peregrino!...

Caminheiro ou andarilho,
Senhor do próprio destino,
De repente a passos ligeiros...
Apressado toca o solo enluarado
Tentando reacender
As derradeiras centelhas de vida,
Que aceleradas
( sem dar satisfação)
Declinam desgastadas!...

Montes Claros(MG),  30-11-2011
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sábado, 26 de novembro de 2011

Uma tímida fantasia de amor



Ao cair da tarde,
Logo após o incandescente crepúsculo sertanejo,
Soa... insistentemente,
A barulhenta campainha de minha casa.
Atendo de pronto,
E um tanto quanto apressado.

Oh, era ela!
A musa de meus sonhos abusados,
A inspiradora de meus libidinosos desejos.
Pediu-me água com um terno sorriso,
E dei-lhe, além de água, sorrisos maliciosos,
Olhares sôfregos de inenarráveis desejos,
E, também, o meu coração desprevenido.

Logo após ter saciado a sua falsa sede,
Sem constrangimento algum,
Inquiriu-me curiosa:
“Amas alguém”?
Amo! Respondi-lhe, enfaticamente!
Só não lhe revelei a quem,
Porque não me deu chance.
Uma profunda tristeza cobriu-lhe a face,
E partiu... imediamente,
Sem saber que por ela me apaixonei.
Nunca mais a vi,
Só sei que, de repente, a amei!

Montes Claros (MG), 26-11-2011
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um retalho de vida



                ( com sabor de eternidade!)
 






Na estrada sem fim das lembranças,
   (Que ora saudoso percorro!)
O espectro de minha juventude fluí
Pelo espelho embaçado das recordações.

Então...
A imagem de um jovem se esboça
E intensifica a fantasia extasiante
Que... ponho-me a saborear,
Pleno de terna alegria:
Tez morena, bronzeada
Como na época se exigia;
Nada de beleza helênica,
Pois mais, com um curumim,
Se parecia...
Cabelos negros,
Abundantes e lisos...
Da cabeça até aos ombros, escorriam-lhe...
A contrastar com seus alvos dentes
Que sempre apareciam
Quando generosamente...
Um belo sorriso maroto... oferecia.

A exalar felicidade,
Vislumbrei inebriado
O dissipar da terna visão de minha juventude
Que foi um retalho de vida
   (saborosíssimo!)
Que jamais será esquecido!

Montes Claros (MG), 26-11-2011
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cultura de Raiz, Um Bálsamo de Ternura...

Ah! O esvoaçar das multicoloridas fitas de cetim
Que escorrem dos chapéus emplumados
Dos altivos catopés...encanta-nos!
O saracotear progressivo da garbosa marujada,
Fascina-nos!
E o gracioso saltitar dos caboclinhos
Que ao deslizarem orgulhosos
Pelas vias públicas de nossa bela cidade...
Alumbra-nos... Profundamente!
Porquanto...prá nós aqui desses Montes Claros,
Essas raízes culturais do nosso povo,
Por si só, já são motivos suficientes
Para alçarmos voos de felicidade...
E irmos muito além...das tantas dificuldades
(Sobretudo a seca... Ah, que falta a chuva nos faz!)
Que talvez por aqui tenhamos degustado
Lá nos esconderijos d` alma!...

Montes Claros (MG), 19-11-2011
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