Total de visualizações de página

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O segredo do AMOR que nunca termina...


Calado...
Observo atento...
O palmilhar sorrateiro do AMOR,
Que ziguezagueando
Se achega discreto...
Para surpreender  
Àqueles que a calacear desprevenidos,
(Lá em seu tortuoso caminho),
Por ele (o amor)...
Ansiosos...
Esperam...

O AMOR...
Nada tem a ver
Com a alucinada paixão
Que violenta sem dó
O vadio coração...

O AMOR é algo de divino,                                             
Algo que nunca termina!
Porque sutilmente...
Vai alinhavando seus agraciados,
Até uni-los para sempre
Com ternos vínculos...
De eternidade...  


Montes Claros(MG), 23-01-2012                                 
RELMendes



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VAZEI...

Vazei...
Para não ver manipuladas:
A liberdade de ter passado,
A alegria de viver o presente
E a felicidade de sonhar futuro.

Vazei...
Para esvaziar-me
Da ânsia do possuir...
E lançar-me em busca
Da serenidade do ser.

Vazei...
Para conviver
Com a humanidade.
E para partilhar esperança
Com os generosos e carentes.

Vazei...
Para evitar
A quase inevitável
Perda da luz interior
Que me faz ser.

Vazei!!!
Para demarcar o território
Da minha dignidade...ora!

Montes Claros (MG), 15-11-2011
RELMendes

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

LIBERDADE

      ( Por que degustá-la?!) 

-Límpida...
Como água pura de nascente,
A liberdade impregna o ser...
Completamente!
Portanto, é preciso
Despertar e permitir
Que o sol da liberdade
Ilumine-nos o ser inteiro...
Ainda que seus raios
Perpassem-nos apenas
Por uma tênue fresta
Do recôndito d’alma...
A liberdade sempre vale à pena,
Porquanto nos traz felicidade...


-Então, levantar...
Sair sem destino por aí afora.
Ir onde quiser
Com quem quiser...
E por onde desejar, enfim...
Simplesmente, ser livre:
-Caminhar...sem rumo,
-Sentar...em qualquer lugar...  
-Observar transeuntes,
Em seus vaivens curiosos,
-Jogar papo fora...com desconhecidos,
-Ouvir a cantoria dos passarinhos,
Ou tão-somente, silenciar-se...
Profundamente!

-Ora! Vejo-me, então, prisioneiro, de há muito!


Montes Claros (MG), 16-10-2006
RelMendes


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

INhá Geralda do Cintra!


(Uma refrescante “Vereda”na minha estrada!...)

-Talvez /uma quilombola/quiçá?
Mas... /certamente/sem dívidas/
Uma generosa mulher/ muito â frente de seu tempo/
Inhá Geralda do Cintra/ encrenqueira/ à beça/
- Cintra/bairro /hoje/ central em Montes Claros -
Mascava fumo de rolo...sem parar/
E/ porquanto/ ia odorando /todo ambiente/
Por ela percorrido...em sua bagunçada /quimbembe/
Com aquele mal cheiroso odor/desagradável!

-A querida /quera octogenária/Inhá Geralda do Cintra/
Se embiocava...que nem tatupeba/emburacado/
Numa quimbembe /mal iluminada/ à beça/
Pela fraca luz de uma velha /absconsa/a querosene/
E pra arrancá-la/ de lá/...por qualquer motivo/
Ah/ dava o quê fazer!

-Após a sesta /de todo dia/nunca dispensada/
Ela sempre era circundada por cunhãns...desocupadas/
Que à sua porta fervilhavam.../aos montes/
Pra fuxicar...de todos. E se besuntarem/as pampas/
De seus tantos conselhos...cochichados/ ao pé do ouvido:
Ora tão sábios... Ora tão/ espantosamente/ absurdos.

-Inhá Geralda do Cintra
Era um “taquinho de gente”/insolente/
Um catatau feminino/ inquieto/ pacas!
Saltitava pelas ruas do Cintra...
- Que nem guariba assustado
Pelo fogo a incendiar a mata -
Rumo à igreja “Nossa Sra da Consolação”
Onde rezava /frequentemente...sem cessar/
Quer sol a pino/ quer chovesse/aos borbotões!

-No sovaco... /Inhá Geralda do Cintra/
Sempre transportava /consigo/
Uma sombrinha/ esgarçada/
Como se uma útil quiçama /fora.
Chegava a ser até/ muito engraçado!
Mas... ai de quem dela /zombasse/
Por decerto /enfrentaria a fúria/
Da comunidade/ inteirinha!

-Analfabeta / Inhá Geralda do Cintra/
Nem os xenxéns/ mensais/
- Da sua aposentadoria / rural/ -
Bem os distinguia ou os conhecia!...
Mas considerada era/ por todos/
Tesouro de grande sabedoria!

-Ao conhecer-me/ Inhá Geralda do Cintra/
Não hesitou/ em acolher-me/depressa/
Como um filho/ muito querido!
E diga-se /de passagem/ à língua solta:
- O que a mim encheu-me/sobremaneira/
De imensa alegria!...

-Mas...numa manhã /qualquer/à época
 Do deslanchar de nossa boa amizade/
Após um longo e aliviado /suspiro/
Voando /rápida/ como um colibri /sedento/
Inhá Geralda do Cintra... /Serenamente/
Partiu lá pro alto da montanha/celeste/
Em busca da flor da Vida...eterna/
E...quiçá/hoje lá em cima /agora/
- Embora/insolente como fora/constantemente/por aqui/ -
Talvez esteja bem escondidinha...lá no alto dos céus/
Se rindo da gente...às gargalhadas/ só de gozação!
Entretanto ...confesso/ sem nenhum constrangimento/
Que a bendita/ tal Inhá Geralda do Cintra/
Deixou conosco/por aqui/ uma saudade... Infinda!

Montes Claros (MG), 22-11-2011

RELMendes