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terça-feira, 24 de abril de 2012

Outono, um convite a poesia...




Ah! Outono...
Aparentemente...
Uma estação cinzenta
Ora morna ora fria,
Quase sempre triste
Pura melancolia!...

Aparentemente
Aquieta-se o mundo:
Tudo parece calado,
Tudo parece morto,
Tudo parece parado.
Um silêncio profundo!
  (Esbraveja um incauto sabichão!)

Apoquentado, rápido refuta
Um atento e sábio ancião:
Ah, que tolo engano!...

No outono
Há uma intensa trama de amantes
Tanto quanto há na florida primavera.
Nele a vida também pulsa vibrante
Tanto quanto se alvoroça contente
No verão iluminado e quente:

-Árvores se desnudam das folhas;
-Ipês enfeitam de flores o seco chão;
-Tom de viola, pandeiro e zabumba,
  Há em qualquer roda de samba;
-Mulheres e homens (quase ébrios)
 Gargalham nos botecos e nos bares...
-Agora mesmo tem um tantão de mulheres
  Parindo por ai afora:
Eis ai a continuidade da espécie garantida!
Eis ai motivos de sobra pra se poetizar tudo
Por esse mundão afora!...

Ah! Também no outono
Musas e poetas polvilham o mundo inteirinho
Com muitos versos, lindas poesias e belos poemas.
E todos tecidos com delicadeza,
Bordados de alegria
E de esperança repletos...


Montes Claros (MG), 19-04-2012
RELMendes

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ôxe!... Como é “dificulitosa” a belas arribação das formosas juritis avoantes...



-Será que as avoantes graciosas
Arrolando, aos pares acasaladas
Ainda ciscam desprevenidas
À busca do seu cotidiano sustento
Que generosamente a vida e a terra
Oferecem-lhes abundantemente?!

-Será que as ternas juritis do sertão
Ainda turturinam ao se assentarem aconchegadas
Nos galhos dos arbustos da caatinga
Onde ressabiadas
Adormeciam escondidas?!...

-Será que as serenas pombas de bando
Ainda se espantam consternadas
Com a fome carcará do valente bicho homem
Que logo após o acontecer do crepúsculo
Faminto as capturam contente
Como única opção no momento pra saciar-lhe
O seu esfaimado apetite de leão faminto?!...

-Será que as pombas avoantes
Ainda se apavoram desoladas
Com a simplória ganância do bravo sertanejo
Que aos montes as engasgalham ofuscadas
Em rústicos sacos de pura juta crua
Pra depois já em petiscos transformadas
Vendê-las nos bares mercados
E bodegas tantas do sertão?!

-Será que as belas juritis
Testemunhas vivas das muitas vidas
Que abundantes
Pululam na árida caatinga do sertão
Ainda podem voar... voar tranquilas...
Rasgando o céu azul sertanejo
Para completarem assim
O belo ciclo de sua arribação?!...  

Montes Claros, 05-04-2012
RELMendes
              


sábado, 14 de abril de 2012

Uma mão aliada suaviza a travessia...


          (suaviza a travessia!)
Aquele que...
repentinamente,
ativa as fronteiras
da nossa alegria,
porque carrega no peito
uma mochila cheinha
de “Esperança”,
É, sem dúvida, um amigo!...

Aquele que...
sorrateiramente,
Arguto...
se abeira discreto
pra, no momento exato,
estender sua mão fraterna
- que tanto facilitará
a travessia difícil
do fragilizado
companheiro -
É mais que um irmão,
É um amigo!...
                                                                                              
Aquele que, sem avareza,
gasta seu precioso tempo de viver
  (Que ligeiro se esvai sorrateiro!)
a ensinar ao parceiro de caminhada     
como desemperrar a porta da vida,
  (Que lá do lado de fora pulula intensa!)
É mais que um semeador de liberdade,
É um amigo!...
   
                                 (Eclo 6,14)

Montes Claros (MG), 12-04-2012
RELMendes