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sábado, 25 de agosto de 2012

Um trovador de muitos afetos!...



                       (Meu pai)


Abeirando-me, ressabiado,
Da delicada vereda da saudade,
Ledo, pesquei um momento de ternura
Eternizado por uma antiga fotografia
Que, por si só, denota a beleza
Que transborda de qualquer poesia.

Como se hoje, ainda fosse,
Recordo-me daquele radiante dia
Que nem a “Guerra”,
Nem tampouco o cansaço
De seu estafante ofício de médico,
Impediram-no de esbanjar, comigo,
Tamanho e tão terno afeto.

Talvez dentre tantos outros filhos...
Não fosse eu o seu preferido,
Mas... tenham por certo
Que,  sendo eu o primogênito
Das entranhas dele nascido,
Fui eu quem primeiro lhe concedeu
A inenarrável alegria de ser pai...
Naquele jubiloso dia do meu advento.

Ah, meu amado pai e saudoso amigo,
O humano e o divino conspiraram, em segredo,
Para que me fosse outorgada a honra
De ser, dentre tantos, o teu primeiro filho!
Esse orgulho, de mim, ninguém tira!
Essa vaidade, de mim, ninguém arrancar!

Para mim valeu muito a pena,
Valeu a pena demais da conta,
Eis por que ouso alardear
(Com tanto encantamento!)
Que, de ti, não vou me esquecer nunca,
Nem “bem de vagarinho”!...

Montes Claros (MG) 12-08-2012
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