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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Desvairada transparência






-Quando estou/ como estou/ agora/
Pássaro ferido de amor/avassalador/
Ah! Não silencio/ nem escondo/nada/ jamais!

-Posto que/ à língua solta/ declamo esse amor/
Aos quatro cantos do mundo/afora/
Quer em versos /miúdos/poemas /longos/
Poesias/ aos montes/ ou mesmo/
Em singelas trovinhas ingênuas/ de fazer dó!

-Pois sempre/ em qualquer esquina que paro/ por parar/
Hei de expor/ e exporei /sim/ esse meu amor /pulsante /
Para quem quiser me ouvir falar dele/ à beça/em bom som/
Nem tampouco/ postergarei/ nunca/ o seu conhecimento/
Pra quem quer que seja/ só para depois de amanhã/Jamais!

-Posto que agora/ neste exato momento/
Em um botequim qualquer/ das quebradas da vida/
Declino-o/ em alto e bom som/ sem pundonores algum/
Para que todos saibam/ antecipadamente
À qualquer especulação/ duvidosa / ou maledicente/
Que estou pássaro ferido /de amor/ avassalador/ sim!

-Então/ por favor/ amigos/ e desafetos/também/
Lancem depressinha /por ai afora /
- Quem sabe/ quiçá/ ao vento/ ou às nuvens/
Ou /quiçá/ à boca miúda/ conversadeira/-
Todos os versos/ ou os versos /todos/
Todas as palavras/ ou as palavras /todas/
Desse nosso poema de amor/ avassalador/
Ou dessa paixão totalmente/desvairada /
Que só nós /dois/eu e ela/ é que sabemos/
- O quão ele é plenamente/ intenso/
Posto que o vivenciamos /agora /
- O Quão ele é impossivelmente /eterno/
Posto que ele/ o amor/ é certamente /finito!

-Entretanto/ ela e eu/ desconfiamos/ profundamente/
Que certamente ele/ o nosso amor/ se esconderá
Nos desvãos de uma saudade/ infinda/
Vez que nesse nosso /então/ ele/ o amor/
A nós nos enche /de contentamento/
E de um inenarrável/ prazer/ sem fim!

Montes Claros, 18-10-2012
RELMendes




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Colhendo delicadezas ...

                                                           ( do dia a dia)


-Ao atentar-me do galopar da vida...
Percebi que os dias se esvaem ligeiros,
À parecença d’água pelas mãos recolhida
Que goteja...rápida e despercebida,
Por entre os vãos dos dedos entreabertos.
                                                                                    
-Então... Antes que a finitude da vida
Determine o término de meus dias,
  (sem nenhum escrúpulo!)
Vou tratar de sorver...ávido,  
Cada momento alegre da vida
A ser vivido...

-Ah! Doravante...então,
Cerzirei...apressado,
Todos os retalhos de alegria...
Para conseguir, rapidamente,
Fustigar coisas “miúdas”
Que me impedem degustar o regalo
De envolver-me, totalmente,
Naquela colcha de ternura
Que...a cada dia, embrulho-me.    


Montes Claros (MG), 19-01-2012
RELMendes                                 




quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quem será a inesquecível garota de Sacramento?



-Quem/ por acaso/ imaginou/
Que eu nunca amei alguém
- Lá no meu distante/ pretérito -
Enganou-se/ profundamente!

- Ainda ontem/ mesmo/ deliberadamente/
Resolvi passear por lá/ no meu pretérito/
E qual não fora a minha imensa /surpresa/
Ao deparar-me com a fascinante silueta
Da bela e/inesquecível/ menina-moça/
- da amada cidade de Sacramento (MG) –
Que/ lá na minha adolescência/ hoje distante /
Fora o meu primeiro amor/ verdadeiro!

- Talvez/ah/ esse amor fora /apenas/
Um belo idílio infantil/ a desabrochar/ inesperadamente/
- Ou quem sabe um lindo devaneio/ de criança/
 A florir / repentinamente/ Quem sabe?
- Ou/quiçá/ ainda/tenha sido/ tão-somente/
Um intenso amor pueril/ a fluir /discreto/
Vez que /quase tão-somente/ platônico/coisa da época/
- Ou talvez tenha sido apenas/simplesmente/
Um sagrado segredo de um rapaz-menino/ amorosíssimo/
Que/ lá em Sacramento (MG) vivenciou/prazeirosamente/
Quando ainda/ na distante infância/ já em partida!

-Mas quem será essa inesquecível garota de Sacramento (MG)?

-Ah! Isto eu não lhes direi/ jamais!Nem hoje/ nem nunca!
Pois é um segredo guardado/ a sete chaves!
Só nós três (eu/ ela e seu acordeon)
É que sabemos: - Quem ela é/ - Qual o seu nome/
- Qual o endereço de sua residência/ etc & tal!
E porquanto/ tamanho seja/ esse nosso segredo/
Tenho cá comigo que: - Nem eu/ -Nem seu acordeon/
 -Nem/ tampouco/ ela/ desejamos revelar-lhes
Tão terno segredo!

-Ora! Para mim/e para os seus/ ela era quase um bibelô/
Mas um bibelô ofegante/ de amores/ por mim/
Só não o via quem/ de invejas/ tantas/
Esgueirava/ligeiro/seus curiosos olhares/invejosos/
E / porquanto/ tamanha formosura/ ela/ a inesquecível garota/
- da amada cidade de Sacramento (MG) –
Era muito bem resguarda por três cuidadosas e espertas/ aias/
-  Da Vestina/ etc & tal –
A nos espiar/ sorrateiras e desconfiadas/à beça!
Portanto/ dificilmente/ trocávamos carícias/ mais intensa
Vez que as benditas/ aias-tias/ não me davam trela alguma/
Para que eu pudesse surrupiar/ a meu bel prazer/
- Daquele precioso/ ainda projeto/ de belíssima futura mulher –
Alguns abraços/ acochados/ e muitos beijos/ apaixonados!

- Mas/ sem pundonores algum/ confesso-lhes:
- Eu / diante dela/perdia-me/totalmente/
Em olhares/ suplicantes/ aos montes/
Em suspiros/ofegantes/ à beça/
E em delírios/ libidinosos/ aos borbotões/
Que/ por aqui/ nem ouso pensar em lhes contar/
Por nada desse mundo/ Jamais!
Todavia/ não obstante tão grande /encantamento/
- Cá entre nós/ paixão avassaladora/ mesmo! –
Hoje em dia/ nem eu/nem ela/ nem o acordeon /sabemos
O que foi feito de nós! Que pena! Que pena!

-Entretanto/ enquanto por aqui eu estiver/
Afirmo-lhes/ sem hesitar/ que não pretendo jamais/
Esquecer-me: - Nem dela/ nem de seu acordeon/
Nem/ tampouco/ da bela Sacramento/ d’outrora/
Que/ ainda hoje/ tantas saudades me traz!

RELMendes – 26/01/ 2012