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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Matreirice Caipira, Uai!


-Ouvir ou escutar atento
As prosas debochadas
Do caipira deste Sertão
É bom demais da conta sô!
Promove até inclusão total viu?

-Caipira ou roceiro,
Como o queiram chamar.
O capiau catrumano não é nada
De besta não sô. Muito ao contrario.
Ele é assaz sabichão
E sobretudo dissimulado pacas!
Se ocê pensou que ele era abestalhado
Saiba que ocê mijou nas beiradas do orinó!

-Capiau catrumano ressabiado
(Aparentemente sofredor e atoleimado)
Mas na verdade é uma ave de rapina
Quiçá quem sabe um carcará
A espreitar a presa fácil e desavisada
Que dele se compadece, á beça
Que dele se aproxima...aos prantos
Sem se aperceber de sua esperta safadeza.

-Cuidado portanto com o caipira ou capiau
Porque ele é muito matreiro.Esperto á beça.
Se a gente der bobeira, ou se deixar levar
Pela sua conversinha mansa e manhosa á beça
O pobre e aparentemente triste capiau
Nos passa a perna sorrindo ( lá dentro de si.)
Sem hesitar por um só momento.
Sem sequer sentir pena alguma.
Nem tampouco nenhum dó
De quem ele por ventura com apenas alguns
Causinhos consternadores facilmente enganou
( completamente )
Bastando-lhe para tanto se fingir de coitadinho
Ou de um abestalhado simplório. Falou?

Montes Claros, 20-11-2011
(RELMendes)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Quem é essa moça ai tão formosa hein?


-Se é uma moça bonita é minha neta
Nascida há alguns anos neste Sertão.
Mais linda que ela ninguém o é mesmo!
Nem mesmo as mimosas florzinhas   
Enfeitadoras das malhadas poeirosas
Desse nosso torrão. Eu acho!

-Se é uma moça faceira é minha neta
Nascida há alguns anos aqui neste Sertão.
Faceira que nem ela...ah é raro!
Somente os roseirais a florirem aos montes
Nas terras desta amada Montes Claros o são.
Ou os outros roseirais faceiros a florirem
N’outras plagas das inúmeras Gerais.
Como os da bela Ituiutaba do Triângulo.
Onde ela minha neta foi cuidadosamente cultivada
Vez que por lá vivem seus pais!

-Se essa tal moça faceira tem olhinhos de jaboticaba
- Quais fossem pérolas negras preciosíssimas
Que vez em quando reluzem nos meus olhos
A brincar de pirilampos em meu coração sorridente -
Saibam. Ela essa tal moça formosa que nem uma fulô
Do sorriso rasgado e bonito a fluir sem avareza
Que a mim e a muitos por decerto encanta á beça
É simplesmente a minha neta Jéssica Mendes.
A única neta deste longevo Romildão. O ancião versador
Desse amado e decantado Sertão tão versejado
Porquanto deveras tão encantador!

-Ora!Quiçá esse meu encantamento todo
Seja apenas por eu ser seu avô paterno.
Mas este avô ancião versador  sempre
Transbordou de amor por ela aos borbotões.
Ah! E transbordou de amor desde que ela
Sua bonita neta desabrochou faceira
- Nessa terra deste amado Sertão -
Como deveras faceira sempre desabrocha
Uma bela flor-mulher sertaneja.

RELMendes -15/01/2019

domingo, 13 de janeiro de 2019

Ou vai ou racha! Ficar só é só pra que gosta!


(mesmo assim de repente vez por outra ele se arrocha
ás escondidas nas quebradas da vida!)


-Sem saber por quê é quê é

(Como diria Guimarães Rosa)
Nem tampouco se deveria
Ainda assim disponho-me a ser
Seu amigo agorinha mesmo.
Embora desconfiadíssimo.  Viu?
Entretanto venha bem de mansinho
Senão me espanto e me arranco
Das bocas ligeirim ligeirim.

-Pois não pretendo jamais ser refém
De nem uma estrambelhada qualquer
Nem tampouco de quem queira apenas
Tirar umas casquinhas maneiras de mim
E depois largar-me cá transbordando
De saudade aos montes. Falou?

-Sabe por causa de quê que num quero ser refém?
Por causa que há quem diga a boca miúda
Ou afirme de mãos e pés juntinhos
Que a tal da saudade (Ah saudade!)
É um trem mas um trem tão malvado. É.
Que já matou muita gente mundo afora.
Mas se quem me quiser não importa a intenção
Vier bem de mansinho talvez eu tope a safadeza.
Pois se saudade mata a tal solidão extermina!

RELMendes – 13/01/2019