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quarta-feira, 30 de março de 2022

Lúcia...

( um sonho primaveril!...)



-Subitamente...

A sala toda em que eu estudava

Se iluminou, por inteira!

E como que do nada

Ela apareceu radiante

E esfuziante

Como o alvorecer...

 

-Bastou-me apenas o soar

De um simples cumprimento dela

Pra que eu me envolvesse...por inteiro,

Num intenso clima de sedução...

 

-Então...encantado

Não hesitei em

Ofertar-lhe a passarela

Dos meus sonhos

Para que...nela,

A desfilar faceira...

Fizesse-me derramar pleno

De sublime fascinação...

 

-O espelhar de seus lindos olhos...

Verdes ou azuis, ( não sei bem definir),

As suas mechadas madeixas loiras...

E o seu magnífico porte

De saborosa potranca fogosa (Ah, meu Deus!)

Já justificavam o seu esbanjar...supremo,

De tanto encantamento...

 

-Ela era...e, quiçá, ainda o seja,

Uma "nouveau riche" extravagante:

No falar, no agir, e em seu modo...

Ora terno, ora agressivo,

De gostar ou de amar enfim...

Era verdadeiramente um diamante bruto,

- Lá de Andradina...interior paulista -

Que jamais se deixava lapidar por ninguém...

Nem mesmo por mim a quem dia amar!

 

-E porquanto...Lúcia...ainda hoje,

Faz-se forte lembrança em mim...

Que chega até a iluminar a praça da apoteose

De minha desvairada imaginação...

E como nem a batuta do tempo

Conseguiu dissipar... sua tão bela presença,

Do baú de minhas recordações...

(Que insistem em preservá-la

No âmago do meu ser, enfim )

Então, fiz-lhe esses versos...

Para que...se de repente os leia,

Saiba que eu nunca a esqueci...

  

Montes Claros(MG), 05-01-2012

RELMendes

 


Onde andará Mariá?

 

(sussurros de uma saudade!)


-Ah! Mariá... Mariá!...

O tempo passou ligeiro...

Mas não apagou

Da minha memória...

(Um só instante sequer!)

Tua linda imagem loura

De mulher-ternura inesquecível...

Lembranças de nós não raro ainda

Sussurram-me as delícias de amor

Que compartilhamos juntos!

 

-Ah! Mariá... Mariá!

Dentre tantos rostos lindos

Que na vida conheci...

(com imenso espantamento!)

O teu...ah,sem sombra de duvidas!

De todos, foi o mais belo!

 

-Ah! Mariá... Mariá!

Eras minha loira: - mignon...sensível,

Acolhedora...carinhosa,acalentadora,

Um primor de ser humano que por um

Descuido passou em minha vida, para

Enfeitá-la de inenarrável fulgor!

E portanto...de pronto,

Alanceaste-me...facilmente:

- O coração descuidado

- A alma vazia e carente 

- O corpo sedento de amor 

E tudo mais enfim... ora!

 

-Oh! Mariá... Mariá!

Tu eras verdadeiramente

Uma mulher-ternura

Uma mulher-felicidade

Vez que...a teu redor,

A todos fascinavas...

Com tua transparência

Sem economias!

 

-Para mim...ó amada Mariá!

Tu eras uma delicada

Miosótis, digamos dourada

Que inesperadamente...

Desabotoara...discreta e mimosa,

No vadio asfalto da minha vida...

Para assoprar a poeira sufocante

Do meu fantasioso caminho

De jovem terno e sonhador á beça!

 

-Em vista disso...ó amada Mariá,

De ti e de teus tantos encantos,

Eu jamais consegui me esquecer

Nem “bem de vagarinho”!

Portanto, eu só te perdi de vista

Vez que a saudade de ti

Ainda insiste em morar

No âmago de mim...viu?!

 

Montes Claros(MG), 05-01-2012

RELMendes

 

 

 

 

 



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

No meu jardim flor tem nome de mulher

 


-Disse-me outro dia um pernóstico intrometido:

- Óh, valha-me Deus...Valha-me Nosso Senhor!

Nunca na vida vi tamanho despundonor!

Como assim, poeta, dar nome de mulher ás flores?

 

-Responder-lhe-ei só pra contrariá-lo,e o farei

 Sem pestanejar nem um tiquim sequer:

- Ora,ora, não carece te apoquentares tanto!

Se o jardim é meu...ás flores que nele

Desabotoam-se, minhas também o são!

Então, dou-lhes o nome que bem eu quiser!


-Ajo assim, porque desde eu menino aprendi que,

  No jardim da eternidade, conto com santas mulheres:

- “Maria”, (A TEOTOCOS!), que a mim adotou-me com

  Muito amor, como seu filho, para sempre Amém!

- Rita, que...nas minhas aflições, sempre recorro e

  Ela nunca deixou de socorrer-me...Amém, também!

- Lindalva...a beata mártir nordestina,que pela imensa

  Coragem me fascina profundamente...

- Paulina; - Dulce dos Pobres; - Tereza de Calcutá..

- Beata Nhá Chica; - Alexandriba e Zeneida, estas em

  Seus colos me embalaram, e com muito carinho,neles

 Também, me acalentaram sempre a  cantar belas           

cantigas de ninar...ao balançar-me na rede de dormir!!

 

-Oh valha-me Deus...Valha-me Nosso Senhor!

Nunca na vida vi tamanho despundonor!

Como assim, poeta, dar nome de mulher ás flores?

-Responder-lhe-ei, novamente, só pra enfrentá-lo

Ó seu bocó, intrometido, dei ás flores do meu jardim,

Nomes de mulheres, porque além de muito amá-las,

Quando em minha desvairada juventude, mulheres

Alegram-me os dias, e outras delas, nem hesitaram

Em instalarem-se em meu vadio e inconstante peito...

(Claro, cada uma a seu modo;cada uma do seu jeito!)

- Camila; - Mariá e Lucia foram para mim três paixões,

Pra lá de infamadas; pra lá de desordenadas, porém

Todas essas paixões,tenham por certo, valeram a pena,

E todas foram por mim, intensamente vividas... ora!

 

- Mesmo assim; - Óh, valha-me Deus...

Valha-me Nosso Senhor! Nunca na vida vi tamanho despundonor!

Como assim,poeta,dar nome de mulher ás flores?

-Respondi-lhe já assaz apoquentado com o tal intrometido:

- Ó seu obtuso, dei nome de mulheres ás minhas flores...,                 

Porque  muitas mulheres foram assaz importantes para mim:

- Vanda (minha mamãe),Zélia e Ita, em minha prolongada

“Aborescência” para a época,fizeram-se a olhos vistos...  

Robustos suportes para eu superar com êxito, minhas 

Cabeçadas diárias,e estancar minhas tantas frustrações

Vez que acolheram-me com ternura, bondade á beça, e

Singular firmeza, se necessário fosse!... Entretanto...

Quando eu cabisbaixo demonstrava uma aporrinhação,

Elas,pra levantar meu baixo astral,sempre catavam em trio,

Mais ou menos assim: - “Levanta, sacode a poeira e dá

Volta... por cima” laia laiá laia...pois a vida é para ser vivida,

E viver é bom demais da conta, filho meu!

 

-Por fim, já prestes a entrar na temida envelhecença, outras   

Belas  flores-mulheres: - Angêlica; - Dena; - Lígia; - Leticia;

- Maria Luiza; - Liege; - Silvana; - Naide; - Fabiola, e outras 

Tantas, muito me inspiraram,pra que eu pudesse bordar

Versos e poemas, cheinhos de gentileza, e de belezura

Totalmente repletos!

 

-Oh valha-me Deus, valha-me Nosso  Senhor!

  Pronto poeta! Agora entendi, porque no teu jardim flor

  Tem nome de mulher, oxê!

 

RELMendes – 31/05/2011


domingo, 9 de maio de 2021

Há que se partir um dia

(quer se queira ou não)


-Nada se há que fazer

Ela, a morte, campeia, ultimamente,

Por aqui e lá acolá, também,

A ceifar-nos, sem pena, nem dó,

A quem se ama muito, ou á beça...

E, também, a quem se admira

Ao encantamento ...

 

Á ela, morte, pouco se lhe dá

A dor que nos arrebenta, aos frangalhos,

(quer por fora e por dentro, quando chega )

Nem, tampouco,a amargura, doida da perda,

Que nos corta o coração estraçalhado de saudades,

Quando de surpresa, ela, a morte, nos defronta

Face a face, para surrupiar-nos familiares

E  amizades queridas, sem nenhum

Constrangimento sequer!

 

-Nada se há que fazer

Senão viver com parresia o “carpe diem”

(Tão declamado pelos monges medievais)

Ó “carpe diem”, “carpe diem”...

Quão sábia é tua proposição

Sobre a passageira vida...e a inevitável morte...

Tanto para quem busca ávido, só as coisas do alto,

Quanto para quem refestela-se apenas, com as

Vaidades efêmeras desse nosso mundão!

 

-Nada há o que se fazer

Senão tê-la (a temida morte) como irmã

(Que nem o fez São Francisco de Assis...)

Vez que ela ( a morte) e a vida nos acompanham

Desde a nossa concepção no útero materno...

A diferença entre uma e outra é,  a “vida”

Tem tempo certo de desabotoar-se em Alegria,

E a outra, a morte, é sorrateira no seu chegar,

E sempre se desabotoa em profunda Tristeza!

Mas se a irmã morte é-nos inevitável, então,

Na medida do possível, engolamo-la, mas com

O todo o direito de estrebucharmos, aos berros,

Antes de dizermos até breve, a quem nos antecedeu

Nessa grande travessia: - da Morte!

 

RELMendes – 26/04/2021

 

 

 



quarta-feira, 31 de março de 2021

Mulher Mulher

 


-Mulher Mulher  

Quer avós, mães, tias, filhas...

És o que de melhor no mundo há!

Oxente, se Deus, algo melhor que tu, criou,

Tenha por certo, escondeu só pra “Ele”!

Mas num criou não viu? Pois “Ele” ao resolver

Ser um de nós – homem - não se fez de arrogado,

E quis ser gerada no útero virginal da Mãe Maria!

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Quer sejas lá o que fores...

És o primor da criação

Que faz a vida fluir em amor.

És a pura flor da farinha

Que nem a doce e forte

Mãe Maria...

Alimentas o mundo de alegria,

Mesmo em tempos de dor doida...

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Seja lá o que o valha

Pois o Criador de um rascunho

(Por “ELE” chamado Adão...)

Fê-la tu, ó Eva sapeca

Vez que curiosa á beça!

Mas, também,bendita Eva que a Deus

Fez retocá-la tim tim por tim tim.

E rebrotou-a Mãe Maria, (Nova Eva)

Da qual você, sem constrangimento,

Surrupiou-lhe tudo que no mundo há de bão:

- Ternura, - coragem, - força propulsora da vida

E, sobretudo amor, amor e amor de sobra, pra dar

Uma florescida onde não haja alegria...

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Quer buchuda, magricela,vitalina, velha

Ou menina-mulher prestes a desabotoar-se

Mas sempre bela, uma linda a meu ver

Vez que companheira, pro que der e vier,

Corajosa á beça, empreendedora a rodo,

Enfeitadora do mundo, ás vezes em breu.

E quando ama e é amada...sustenta seu

Amado, carinhosamente,até nas horas

Da visita inesperada da malquerida miséria.

Isto ainda acontece por incrível que nos pareça!

 

RELMendes – 11/03/2021


terça-feira, 30 de março de 2021

Sussurros daqueles que se amam vida afora


-Passaram-se os anos...

-Passaram-se Primaveras...

-Passaram-se Verões,

-Passaram-se Invernos...

E enfim, chegamos ao Outono

De nossas longuíssimas vidas...

Simplesmente,amando_ nos, ao delírio,

Tanto quão nos amávamos no esplendor...

Ou frescor de nossas juventudes distantes...

Isto porque, no detrás desse amor,

Vínhamos cultivando a decisão de nos amar,

Para todo o sempre!

 

RELMendes - 27/03/2021

 


 

terça-feira, 9 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 2º

(no dia 13/03/2021)



Segundo fragmento:

-Quem diria que estou prestes a chegar aos 80 anos  Se,por muitas vezes, estive dependurado na taba da berada?  Contar-lhes-ei mais alguns dos porquês dessa admiração: - Na adolescência, parafraseando o poeta amado,Mario Quintana,eu morava em mim mesmo, aliás sempre ,morei em mim mesmo (desde que me entendo por gente) com minhas saudades, meus sonhos,com o apito diário do trem a vapor (da velha MOGIANA) a avisar-me sua partida... ou da sua chegada àquela estação do povoado onde morava(Conquista MG)   (pura melancolia, misericórdia!)

-E, porquanto, o anelo imensurável de mandar-me daquela aldeiota... além de aumentar em mim, desmedidamente, estrebuchava, também, no imo de mim, (em meu Castelo Interior, como diria Sta Teresa D’Avila, a maior escritora da Renascença) a sussurrar-me, insistentemente, aos meus ouvidos : - Rapaz, vá-se embora em busca de teus sonhos, ora! Mas cá pra nós, só a partir de meus 14anos, comecei a dar minhas escapadelas,ás escondidas de meu pai, e sem suas expensas... (Concedidas, raramente, mas sempre com muita ojeriza e sovines  ) 

Então, em segredo, fui embrulhar balinhas numa fabriqueta, pra amealhar uns trocados, a fim de poder picar a mula dali, quando em férias escolares. Enfim, florescia-me em espertezas, a cada viagem que empreendia, sorrateiramente, á época:  - aprendi a pegar carona sem medo, estrada afora;   - fazia cara de cachorro faminto, pra angariar um prato de comida de alguma alma generosa pelas estradas; - assim, fui ao Rio (RJ) muitas vezes, e á Sampa, inúmeras, (casas das titias)... Acredita que eu estava lá em Sampa, quando de seu quarto centenário? Pois tava! 

-Mas só debandaria, mundo afora, definitivamente, após a conclusão do curso cientifico ( como, á época, era chamado o segundo grau.)  Como sempre morei em mim mesmo, tinha por hábito fazer de um tudo  e, ,porquanto,nunca furtei-me - como visita - em ser muito útil e,sobretudo proativo em auxiliar meus hospedeiros:

 - cozinhava;- lavava roupa;- faxinava a casa ou apartamento, e por ai vai... 

-Sabe por quê? Porque tem gente que se hospeda na casa dos outros, e não lava sequer o copo d’água, em  que bebeu! Ora, quando assim nos comportamos na casa dos outros,tenham por certo que passaremos,a partir de então, a ser, em qualquer abrigo, “Personas non gratae”, claro!  Esses que se arranchem lá na casa da puta que os pariu, pô!

-Bom, nesse mundo de hoje, onde a porteira do sexo se escancarou, É mais que óbvio que me questionem acerca de meus amores desse meu então, por demais curioso, que agora estou a narrar-lhes,né não? Claro, tive muito amores! Lembro-me, perfeitamente, do nome de todos eles ainda hoje: - “Marilia”...não a de Dirceu, mas a minha; - “Ana Flávia”,  minha doce sanfoneirinha; e por aí vai...  Gente, pra se roubar um beijinho da namorada, á época, era uma  façanha mais difícil que marcar um gol de placa em decisão de final de copa de futebol entre “Cruzeiro X Atlético”(MG). Mas se conseguia, sim! 

 E quando se obtinha êxito em tamanha façanha, com licença da palavra, a gente ia embora cambaleando de prazer, que nem um pato (ave) após copular com a pata (ave) no terreiro de um quintal qualquer. Já viram isto?  Quando não tínhamos êxito, lá íamos nós pras casas da “luzvermelhas”! Era algo cultural, próprio do machismo da época! Os pais incentivavam-nos a frequentá-las com muita assiduidade... Pois não queriam que seus filhos se“abaitolassem”  ( enviadassem)... e, no mínimo, fossem chamados, na aldeia, de maricas, e outros bullyings corriqueiros da época. Coisa, lamentavelmente, ainda muito em voga hoje em dia! “Eta qui quá!!  Mas sobrevivi!”

 

RELMendes – 14/02/2021

 

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 1º

(em 13/03/2021)


Fragmento introdutório:
-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos
-O que justificaria tanta admiração?
Ora! Porque para tanto: - caminhei pra mais de metros!
- Fiz estripulias e doidices que até Deus duvida!
- Vi coisas lindas, que inebriaram-me a rodo,
E outras, assombrosas, que arrepiaram-me os cabelos...
Até os do meu fiofó, com perdão da palavra!
Oxê, nem lhes conto que, por diversas vezes, estive
Dependurado na taba da beirada, viu?!
Mas sobrevivi!
 
-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos
Se, por diversas vezes, estive dependurado na taba da beirada?!
Contar-lhes-ei alguns dos porquês dessa minha admiração:
Se, a pés em chão, busquei – na marra - alfabetizar meus sonhos.
(Enfim, os tempos eram outros, mentes curtas, pra chuchu, ou não?!)
Alfabetizei-os – os sonhos – pena que não do meu jeito, mas sob o
Julgo dos estereótipos arraigados, sem termo, á época, nas prepotentes
Mentes machistas dos de então. Penso que desconheciam a palavra  Diálogo vez que julgavam-se sabedores de tudo que era bom ou ruim,  Quer pra suas fêmeas, desempoderadas, quanto pra seus filhos, Totalmente, dependentes deles!
 
-Vide só o que fizeram comigo, em relação a isso dito acima:
- Quem disse a quem, que eu queria deixar o meu Ceará, Quem disse?
Se o que eu queria mesmo era ficar na “baixa da égua” ( praia do Mucuripe) a catar mariscos, pegar siris e alguns caranguejos, quiçá,  Capturar uns baitas camarões saborosíssimos, sentir a maresia a Passear em meu  corpo, franzino,e salgar-me em suas águas cálidas,  Não tão límpidas, nem, tampouco, verdes, quanto às das demais praias Que circundam o belo litoral do meu Ceará... Ora!
 
-Mas, inesperadamente, sem consultar-me - vez que, á época, criança  Não opinava em nada - abduziram-me do meu belíssimo torrão natal (a bela Fortaleza) e, sem mais, nem menos, levaram-me para uma Cidadezinha Qualquer do Triângulo Mineiro... (tem cabimento isso? Pena que o “ECA” estava longe de existir, ara!)
Ora, mas cá n’alma, fi-lo (assim teria dito Janio Quadros) como diria  Nossa amada “Cora Coralina”: - “removi pedras”, - “plantei roseiras”,  Engoli almeirão (margoso, viu?), - senti uma saudade da molesta do  Meu Ceará, mas sempre, sem titubear, constantemente, fingia-me de Moco pra não sucumbir jamais, ás muitas agruras diárias!
Mas sobrevivi!
 
RELMendes – 13/02/2021
 


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Ah se me amares!




-Se me amares...

-Se me quiseres...

-Se me encantares...

-Se me levares contigo...

(Sabe-se lá pra onde!)

Eu te direi ,ao pé do ouvido,

(Sussurrando ,sem cessar, sempre.)

Umas coisinhas ,tão salientes...

Que nos farão desfalecer de amor

Lá pelas bandas do sei eu lá aonde...

Quiçá, lá onde se escondam as sandices

Da paixão que, nem mesmo o resplandecer

Do novo dia,em chegada, as aquietarão...

Ah se me amares!

 

RELMendes – 15/07/2020

 

 


terça-feira, 26 de maio de 2020

O melhor veio com certeza de Nazaré


-Que bom, ó Natanael,
Que “ELE”, o Senhor “Jesus”,
Logo que te viu - embaixo da figueira –
Imediatamente te qualificou (- dentre todos nós –)
Como um verdadeiro varão Israelense?!

-Que bom, ó Natanael,
Que, estando eu a ler as “Sagradas Escrituras”,
 Encontrei-te extasiado a caminhar com “Ele”
Lá em Nazaré, sem nem imaginares que “Ele”
Era o tão esperado “Messias”, anunciado...por todo canto,
Pelos profetas ás gerações e gerações do povo de Israel!
-Que bom, ó Natanael,
Que com um humor quase sarcástico
Vez que sabias da má fama de Nazaré
Tenhas a galhofar perguntado a Felipe:
-- Por ventura, será que algo de bom
Pode vir  logo de Nazaré?

-Que bom, ó Natanael,
Que teu bom companheiro Felipe
(por “Ele” já seduzido primeiro)
Não hesitou em te retrucar ligeiro:
“Então, vem e vê tu mesmo, ó Natanael!”

-Que bom, ó Natanael,
Que não hesitaste em ir ver “O” melhor de Nazaré,
Pois só assim tiveste a felicidade de ouvi-lo dizer:
-- “Eu” te vi sentado embaixo daquela figueira ali,
Antes que Felipe te chamasse a ter comigo!”
E tu, ó Natanael, ficaste boquiaberto de espanto.

-Que bom, ó Natanael,
Que, após tão interessante revelação do Senho “Yeshua “,
Profundamente extasiado, logo sem hesitar, tu proclamaste
Tua linda profissão de fé: - “Senhor, tu és o Filho de Deus!

-Que glória, ó Natanael,
Que “Ele”,simplesmente, tenha querido...
De imediato, te revelar o mais resguardado
Segredo que por decerto, sem dúvidas, no Céu há,
Mesmo antes do dia em que tu irias lá contemplá-lo:
- Natanael, “ Veras o céu aberto e os anjos de Deus
Subindo e descendo, ao Filho Deus adorar!”

RELMendes – 02/01/2012

TEXTOS BIBLICOS UTILIZADOS:
- Jo, 1, 45-46
- Jr 20, 7

sábado, 28 de março de 2020

Eu e o Outono




-Hoje, simplesmente,
Vesti-me de outono,
(dos pés à cabeça) .
Entre mim e este dito cujo,
Sempre há rusgas...
ou até mesmo turras, á beça..
Por vezes, até às lagrimas!
Será por que hein?

-Pra mim, cá com meus cás,
O outono sempre me remete
Às noites de garoa fina e constante,
Em que eu e uma bela moça, de olhos verdes,
Caminhávamos," sem lenço nem documentos" ,
Pelas largas avenidas da “Pauliceia Desvairada”,
Fazendo, um ao outro, juras de amor eterno.
Então, ah, bate uma saudade danada...
Ou, quiçá, sem fim!

-Ah, outono, outono! Vai-te catar, seu cruel!
Ou então, cubra-me logo de saudades infindas
De um pretérito... ( tão distante e tão agora)
Que jamais hei de ousar, dele não me lembrar
Um só dia sequer, de todos outonos, que
Eu certamente ainda hei de viver !

RELMendes  - 26/03/2020

segunda-feira, 9 de março de 2020

Não me acabrunharei jamais



(com os percalços da vida... Ora! )


-Não, não hei de me acabrunhar jamais!

Nem que a ti não te apraza tanto
Por algum motivo inconcebível...
(ainda que, inconcebivelmente, torpe.)
Mesmo porque, quem se apoquenta muito
Com a vida alheia nada merece...
Senão uma baita carraspana nas fuças!
Então te cuides, seja lá tu, quem fores, viu?

-Não, não me acabrunharei jamais!
Porque tenho cá comigo ( bem claro)
Que só eu posso gerir, ou fazer florir...
O quê por essas plagas, o infinito
Pensou que eu pudesse tecer, as pampas,
(Sobretudo por esses rincões daqui)
Sem me estraçalhar pelo caminho.
Portanto, te cuides, seja lá tu, quem
Fores, viu?


RELMendes -.05/02/2020


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Palavras todas são belas


Nem todas! Nem todas!
Só quando se derramam
Dos lábios inspirados dos poetas
Ou dos olhos marejados d’água
Que sem falar dizem de saudade
Que sem dizer falam de ausências.

Pois no mais das vezes vazias
Sem nexo mesmo aos extremos
Quando regurgitadas das bocas
Daqueles que do escondimento
De si mesmos pobres de tudo
Só têm-nos a falar aos montes
De ostentação. Incenso dos tolos...
E nada além!

RELMendes – 06/11/2019


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Partilhar o pão é ser mais humano


-Farta-te, á beça!
Empanzina-te, aos vômitos!
Enquanto á tua porta ou mesmo
Em tua família, Lázaros imploram
Migalhas, sobejos, que de tua mesa,
Sempre farta,cairão, aos montes.

-Farta-te, á beça!
Empanzina-te, aos vômitos!
Bom mesmo seria que em tua fartança
Dias houvessem de partilha generosa
Do teu desperdiço com os indigentes
Pois, quiçá, assim,quem sabe, a sobriedade
    (assaz bendita)
Não te coroará de satisfação perene?!

-Farta-te, á beça!
Empanzina-te, aos vômitos!
Mas atenta-te... Pois esta bestialidade
Não é senão o imenso vazio da ausência
De algo que ávido, buscas, sem saber jamais,
Na verdade, o que tanto almejas vez que o que
Ávido buscas, a ti e a todos, deveras transcende!

RELMendes -13/11/2019

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Aquele que semeia colhe o semeado


-Quem semeia sabe do tempo
Bom de semear pra colher bem
Ora, se sabe!
Quem semeia sabe ou deveria
Atentar-se que colherá o plantado
Ah se colherá!

-Portanto...se lhes aprouver, ousam-me:
-Quem semeia amor espalhá-lo-á mundo afora
Vez que o colherá de sobra por sua boa semeadura.
-Quem semeia a paz conviverá em paz todos os dias,
Consigo mesmo e com todos ao seu redor e alhures.
-Quem semeia bondade disseminará benquerer
Aonde quer que ouse a pôr-se a montar sua tenda.
-Quem semeia humildade ( indubitavelmente)
Encantará até ao Criador (demais da conta)
Que dirá então aos demais viventes...com os quais
Por ventura ou desventura venha a conviver dia a dia.
-Quem semeia perdão colherá sua própria liberdade   
Vez que se desvencilhará sem dúvidas dos grilhões
Que o emaranha a seu magoador (tão odiado)
O qual no mais das vezes desconhece...totalmente,
Tê-lo algum dia magoado por algum motivo qualquer.
-Quem semeia alegria não há dúvidas colherá sorrisos
Que muito enfeitarão o jardim de sua vida a fluir.

-Eu só semeio singelos versins de amor sabia?.
E porquanto colho ternas palavras de carinho ao léu.
O que enche-me o coração de alegria, á beça,e aos ares
Conduzem-me a alma embriagada de felicidade.

Relmendes – 05/10/2019