(A meu caçula Daniel Mendes)
-Filho, em minha envelhecência já presente:
- Tu és a luz que alumia-me os dias.
(Quer sol a pino, tarde escaldante ou noite fria)
- Tu és a mão que auxilia-me na travessia.
(Do meu muito caminhar, daqui prali e de lá pra cá!)
- Tu és o timoneiro que conduz o barquinho
Da minha vida, ás
vezes, á deriva...
(Timoneiro, assaz distinto, no trato a idosos, tu és!)
- Tu és aquele que se faz em mil pessoas
Só pra acudir-me,
a contento e a tempo,
Em minha tantas
necessidades,
(médico
hospitalares, passeios ect &tal)
Por vezes, tão
aporriantes... Êta qui qua!
(Tua paciência, comigo, é dom de DEUS, sabias?)
-Tu és verdadeiramente, um cara do coração lindo.
(Isto desde que tu eras bem pituchinho!)
Um punhadão de
admiração por ti viu, meu Filho?
-Filho, meu amado quarto rebento...inquilino
Benquisto do coração deste teu velho pai poetinha...
Atentemo-nos! (Ao
que responderemos!)
Pois muitos hão de nos questionar, sem dúvidas:
- Mas que história é esta?
- Não há rusgas entre vocês não?
Então, dir-lhes-emos, sem hesitar:
- Mas evidentemente que sim!
- Um bate boca aqui, outro de novo...ali.
(Pouquinho tempo depois... ) Isto todo santo dia!
Entretanto, nenhum dos dois ( nem ele nem eu) dorme...
Sem antes se abençoarem, mutuamente, não obstante
Esses tantos aborrecidos arremedos diários, viu?
-Filho, meu amado quarto rebento, hóspede
Querido do coração
deste teu velho pai poetinha
Dá-me aqui tuas mãos amigas e generosas,
(Entrelacemos os dedos!)
E aquietemo-nos á sombra desta, paterno filial,
Amizade, que a nós transcende...ao terra a terra!
RELMendes – 19/03/2019