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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Madrugadas Envolventes



Se belas são as noites
Que nos agasalham sob suas sombras,
Também o são as madrugadas
Que as emprenham de surpresas muitas:
-Buscas, encontros e desencontros tantos...
-Queixumes, alegrias e tristezas tantas.

As noites...
num decurso de cadência lenta,
Permitem-se... a si mesmas,
Enfeitarem-se de envolventes madrugadas...
Que ora as conduzem
Pelas relvas das ilusões efêmeras
Ora as embalam
Pelos campos abertos
Da euforia desvairada...

Mas as madrugadas
Sempre são envolventes...
Quer molhadas de lágrimas de orgias,
  Partidas, e desencontros tantos...
Quer orvalhadas de lágrimas de retornos,
  Encontros, e alegrias tantas...
Porque a nós inebriam de sonhos muitos...
E às noites perfumam de surpresas tantas.

Montes Claros (MG), 10-12-2012
RELMendes


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Complementação



Quando até as coisas mais simples...
Pareciam-me desvestidas de sabor,
   (Surpreendentemente toda bálsamo!)
Inesperadamente...
ela se derramou como perfume
No percurso árido do meu vazio regaço...
E irreverentemente...
-Pisou-me ( descalça) o campo aberto de meu peito;
-Abarcou-me depressa a alma, a vida,
  E o angustiante tempo de espera;
-Impregnou-me também de uma cálida ternura;
E por fim:
-Embalou-me no dorso luminoso da esperança,
E transportou-me nas asas da prazerosa alegria.   
  
Se de amor quedo-me agora enfermo,
    (Por favor!...)
Não carece de maneira alguma inquirir-me
À cerca de sua nebulosa procedência,
Porque não sei dizer de onde veio.
Talvez do nada, talvez dos sonhos...
Ou talvez, quem sabe
das manhas do acaso?!...
Só sei que eu cá de amor
ainda me quedo enfermo.
      
São Paulo (SP), 18-10-1984
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Há um presépio no barraco do vizinho...

Vou contar-lhes um bonito causo de NATAL!
Um velho ermitão andarilho
 (porque a vida inteira caminha...)
Acocorado à entrada de sua tenda,
Circunspecto, a meditar, rumina
Refrões reveladores do Profeta Isaias:

“No alto, morada santa e sublime ocupo,
“Na terra, a casa dos humildes e oprimidos habito,” ( Is 57,15)

Subitamente... ledo,
O velho ermitão descobre o grande segredo,
E diz a si mesmo:
Ah! Se é assim, o tão esperado “Menino  Deus”
Pode estar também arranchado ali no barraco
  (ao lado de minha tenda)
Onde mora um casal de pobres vizinhos.

Então, disse a si mesmo, o velho ermitão:
Vou lá nesse barraco agora mesmo!
Vou visitar o pobre recém-nascido
Que lá dentro do barraco...
- Num humilde berço velho -  
Ora chora...chora de fome e de frio
Ora ressona...ressona,
 Penso que pra espantar a fome e o frio!

Afirma o sábio ermitão
Que foi lá... ligeiro e apressado,
Levando consigo uma bela partilha para o NATAL deles:
Pão de queijo quentim...
Pequi com arroz e carne de sol...
Uma farta cesta de mantimentos e bastante fruta...
Cobertores, lençóis e tudo que achou ser-lhes de valia.
 ( Comprou com  parte do seu 13°  ...ora!)
Mas, qual não foi o seu espanto
Quando se deu por conta que seus visinhos
 ( os daquele pobre barraco)
Chamavam-se: Jesus, Maria e José!!!
 
Então, abismado concluiu:
Verdadeiramente...
Sempre há um presépio
No pobre barraco do vizinho!
( Durma com essa, ou então ,
  faça como o velho e sábio ermitão !)

FELIZ NATAL

Montes Claros(MG), 21-12-2013
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