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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Balbucios silvestres... Entre mim e um canarinho




-Logo ao alvorecer...
O sol se debruçou à minha janela
E um canarinho... a solfejar,
Disse-me em alto e bom som:
Não é de bom alvitre
Despertar...tão cedo,
Sejas tu...quem quer que sejas,
Antes de eu me pôr a cantar...ora!

-E prá espanto meu...
O encantador canarinho da terra
Prossegui balbuciando despautérios
Que me deixaram boquiaberto:
Mas... já que o sol
Antecipou-se a mim
Em tamanha façanha...de acordar-te,
E como...por  ironia do destino,
Tu és... de há muito, 
Meu bem-querer...
Enciumadíssimo,  
Revolvi então dar-me a mim mesmo
O inebriante desfrute
De amanhecer-te...totalmente,
Ao som inebriante de meus gorjeios...
Com todos os meus si’s
E um tantão de bemóis:
-Apaixonados...e apaixonantes!
-Tens algo contra?

Montes Claros (MG), 29-09-2014
RELMendes


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