De repente, é tão de repente
Que num piscar
de olhos...
Ou como num
suspiro do vento,
Pomo-nos
diante de um outro perfil de vida
Que não mais
aquele
Que nos era
tão costumeiro outrora:
- As crianças
cresceram... e foram-se embora,
Vez que seus
quartos estão arrumados...
Pois já não há
mais quem os bagunce
Como bem antigamente...
- As flores do
jardim?
Ah! Essas feneceram...completamente,
Vez que as
primaveras se apinharam em demasia...
-Os sonhos
esbanjados aos montes,
Vez que não os
amealhamos para o porvir...
Ora! Uns se
concretizaram totalmente
Pois se
fizeram belos Ipês floridos
A encantar-nos
ainda hoje em dia...
Enquanto outros...turvaram-se
Ou foram tão-somente
Coloridas
bolinhas de sabão
Que nos
enfeitaram os momentos
Difíceis da
caminhada...
- A nossa
paixão nos escapuliu pelas frestas do tempo,
Vez que
escapulir sempre lhe é tão apropriado...
Pois não há
quem a possa reter por toda vida...
- Ah! Mas o
amor, entretanto, robusteceu-se em nós,
Vez que, nesse
então, cá estamos nós sentadinhos
Nesse
batentinho da porta da rua
- Sem dizer
uma só palavra sequer -
A contemplar o
ciclo da vida fluir
E a
perguntar-nos apenas com os olhos:
- Será que
agora teremos um pouquinho de tempo
Só para nós?!
Montes Claros
(MG) 30/07/2016
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