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segunda-feira, 26 de junho de 2017

No inverno eu não versejo jamais



-Foram-se as palavras/ todas/ou quase todas/
Quiçá porque seja inverno /frio/ cinzento/ e hibernador/
-Foram-se os versos singelos/ todos/ todos/ mesmo/
Quiçá porque seja inverno / frio/ cinzento/ e hibernador/
-Foram-se também/ os lampejos da verve/ que agasalhou-se/toda/
Sabe-se bem lá onde/ ou simplesmente/aonde/ nem porque/
Quiçá porque seja inverno / frio /cinzento/ e hibernador/
Quem sabe, né?

-Ah! E sem lareira que aqueça-me os pés /gélidos de frio/
Nem tampouco à ponta de meu nariz/ também/ em gelo/
E sem abraços do hálito morno /do verão/ escaldante/
Nem as fogueiras /incandescente/ lá fora/ no terreiro/
Desembrulham-me os arroios da inspiração /engruginhada/
Nos desvãos /do imo de mim/ totalmente/ hibernado.

-No inverno /definitivamente /esse vate aqui/ não verseja/nada/
Vez que su’alma enviúva-se/ completamente/ no inverno/
Ao espiar o céu que dorme/ em cinza/ ainda que/ argentado/ de luar/
E pirilampejado de estrelinhas /salientes/ a lampejar nas noites/frias/
Tentando despertar-me / de.tão absurda/ hibernação / poética.

-Mas esse vate aqui/ no inverno/ não desimberna/ mesmo/
Nem pra tomar um cafezim/ quentim/ ou mesmo/um bom chimarrão...
Pois/ no inverno/ nem sequer/ a Anjo/ eu me disponho/ a dar/ ouvidos!


RELMendes 26/06/2017

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