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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Chuvas de primavera




Sequiosa e no cio...
A terra ressequida do cerrado
Espera ansiosa
As chuvas de primavera
Que às vezes chegam copiosas
Para encharcar o chão sedento,
Que as acolhe ávido e feliz.

Tal qual moça fértil
O cerrado absorve sequioso
O sêmen d’água do céu despejado
Para saciar-lhe a libido efervescente,
Porque quer parir frutos gostosos,
E fecundar ligeiro
As recatadas sementes de flores rústicas
Que anelam o desabrochar célere  
De todo o seu encantamento...
Embora ainda escondidas no útero da terra.

A vislumbrar surpreendido
A delicadeza de tamanho encantamento,
Extasiado percebo:
Que flores rústicas enfeitam,
Que frutos grosseiros
Lambuzando saciam...
Que chuvas de primavera
Emprenham o cerrado,
E que depois
Tudo se faz poesia...        


Montes Claros(MG), 08-12-2011
RELMendes

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