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quinta-feira, 31 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
NOITES SERTANEJAS
Por que será
que deslumbram tanto?
Ah! Talvez...
Porque as
estreladíssimas noites do sertão
Alumiem-se de
clarão de luar...
Perfumem-se de
hálito de flores silvestres,
Vistam-se de
brisas, ora quentes ora refrescantes,
Alegrem-se de
ruídos de crianças irrequietas...
Enfeitem-se,
logo após o crepúsculo,
De
encantamento de belas mulheres no cio...
(ora... pois, pois!)
Ou talvez, por
que...
Musicalizem-se
de sons de cantares seresteiros,
E de acordes melodiosos
de violas plangentes...
Inebriem-se de
suspiros de amor
E de sussurros
apaixonados,
E por fim...
Bordem-se de
desejos de amor ardente,
Que sempre nos
fazem borbulhar
De tanto
deslumbramento.
Ah! Sei lá por
quê!
Eu só me
deslumbro,
Ora...pois!
Montes Claros
(MG), 16-05-2014
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poemas sertanejos
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Num é que o poeta tinha uma certa razão!
Mal
o sol desponta avermelhando o horizonte do sertão, em uma cidadezinha qualquer
do interior... o burburinho de vozes da vizinhança , a zuada de seus rádios mal
sintonizados nas emissoras locais e o cantar dos pássaros, acendem ruidosamente
o novo dia prestes a nos ofertar bem devagarzinho suas singelas surpresas
sempre tão corriqueiras...
O cacarejar das galinhas soltas pelas
ruas a ciscar a cata de sua sustança matinal. Os homens buchicham, ora aos
berros ora aos sussurros, sobre assuntos do universo masculino – lorotas e mais
lorotas... As mulheres da vizinhança a
tagarelar umas com as outras sobre a mesmice do cotidiano: - Já fez o café? -Me dá um cadim aí, porque meu gaz acabou e
estou sem açúcar e sem dinheiro pra comprar. – Ocê viu isso, aquilo e aquil’outro? E a
tagarelice se espalha que nem erva daninha...desde o alvorecer até o cair da
noite que costuma esconder surpresas quase inenarráveis de tão descabidas as
vezes: - arroubos amorosos por detrás de muros a despencar; tramas políticas
regadas de maledicências ao sabor de pequi e feijão tropeiro; segredos
desvelados de madames sexualmente generosas e daí por diante... até todos se
apagarem ébrios de sono, ou pelo excesso de cachaça ingerida... ou pelo tédio
próprio de qualquer cidadezinha do interior. Ah! O dia seguinte será exatamente
igual ao dia anterior. Enfim, como disse Carlos Drummond de Andrade: “Eta vida
besta, meu Deus!”
Desculpe-me
amado poeta, mas que a gente gosta disso...
Ah
se gosta!
Montes
Claros (MG), 07-2014
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Crônicas,
poemas sertanejos
terça-feira, 1 de julho de 2014
O sagaz surrupiador de beijinhos...
Ufa! Uma deliciosa
idéia
Martelara-me a
caçuleta
Sem pena nem
dó
Durante o dia
inteirinho:
Vou inesperadamente
Surrupiar-lhe um
beijinho
Bem gostosinho
Ah, se vou!
Discretamente...
Na ponta dos
pés...
Logo após o
inebriante crepúsculo
Recolher-me-ei
ansioso
Aos meus
aposentos,
Colocarei as
alpercatas
Empoeiradas bem
juntinhas
No vão que há
Entre o chão e
a cama
E ai então...
Tentarei
adormecer ligeiro
Porque quem
sabe assim
Ao despertar-me
amanhã
Bem cedinho...
Não poderei fazer
sozinho
Algumas coisinhas
Que tanto anelo:
-Amarrar os
cadarços
Do meu esgarçado
kichute
-Abotoar a
braguilha
Da minha cirola
samba canção
- Ariar os
dentes
Com um bom dentifrício
Assear o rosto
ainda sonolento
-Dá nó na
gravata de cetim etc etc
-E por fim... Quiçá
Ao romper radiante
o alvorecer...
Logo ao
acordar do sol,
Quem sabe se ao
despertar-me
Já não me
sentirei
Um galanteador
rapazinho
Corajosamente pronto
A surrupiar um
rápido beijinho
Daquela
coleguinha de sala
Que tanto me
encanta
Sem que a
professorinha veja hein?!...
Montes Claros(MG),
06-10-2013
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