Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Hino à Esperança!



Oh, esperança viçosa!
Vem...
Dá-me tua mão amiga
Achega-te a mim...
perenimente,
e caminhemos...bem juntinhos,
sob a luz do sol nascente
e pelo o deslizar dos dias...
quer iluminados, quer nebulosos
- sem cafuné algum! -
acintosamente,
displicentemente...
Inconsequentemente,
E se necessário for,
Não nos apartemos jamais,
- Nem que “a vaca tussa”! -
vez que, desde sempre,
indubitavelmente...  
interagimos há décadas...anos,
meses... dias... horas
e em todos momentos enfim.
Ora, esperança gloriosa...
Hei de cultivar-te
...apaixonadamente,
Até apossar-me, definitivamente,
do “Amor” tão anelado.

RELMendes - 2014

sábado, 18 de outubro de 2014

Tributo à mulher sertaneja



Mulher sertaneja...
Abrasa-me de paixão
teu jeito faceiro de ser
teu cheiro gostoso
de azeite de mutamba
teu vestido de chita estampado
de açucenas multicoloridas
tua gargalhada escandalosa
que me enrubesce de timidez
e constrangimento
tua habilidade em cozer
enternecedoras palavras de amor
tua maravilhosa alquimia de cozinheira
- sem ao menos se dar conta
  de quantas delícias faz:
- feijão tropeiro, arroz com pequi,
  pão de queijo...etc e tal! -
Ah! E, sobretudo, teu remelexo gostoso
na hora do vamos ver.
Eta trem bão sô!

Mulher sertaneija...
Abrasa-me de ternura
tua maternidade fecunda
que povoa o sertão de homens fortes
- criados com engrossados de fubá
   e  folhas de “ora pro nobis” -
e de tantas donzelas belas,
brejeiras, matreiras
e ,culturalmente, casadouras!

Mulher sertaneja...
Abrasa-me de reverência
tua figura matuta de mulher parideira
detentora implacável do poder
- no populoso gueto familiar -
vez que não te alijas jamais
da árdua labuta cotidiana
pra alimentar teus rebentos...
 - de comida e bem querer -
e assim o será até que te convoque
o inevitável pra imperscrutável
banda de lá do porvir eterno.

Eta mulher corajosa, brejeira,
faceira, trabalhadeira!
Eta mulher-mãe-sertaneja
desses confins brasileiros afora!

Mulher sertaneja, és o tesouro
mais precioso do sertão!

Montes Claros (MG), 15/10/2014
RELMendes

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nada além de um desfrute!



Antes que te enamores do mar enluarado
abeirar-me-ei dele...na primavera,
E colherei... apaixonado,
suas flores de espumas...brancas e efêmeras,
- ainda que só algumas, apenas! –
para ofertar-te a ti em conchas
improvisadas...
- minhas mãos trêmulas de desejos -
E se as acolheres de bom grado,
cobrir-te-ei não só de flores e de pétalas
de espumas prateadas ao clarão do luar
como, também, de um punhado de estrelas
reluzentes.
Sem pundonor algum, acariciar-te-ei
até marejares de prazer..n’ alma e em teu corpo
fonte, arquipélago de desejos ávidos sem fim...
Então, talvez quem sabe
- ainda que sejas volúvel
  como a brisa suave do vento -
não te disponhas a ficar comigo
que, por amor, para ti quero ser tudo:
homem, amante, companheiro e leal amigo.
Ah! Nem sei por que ouso dizer-te isto,
se de amor, como tu, sou gaivota livre
sempre em busca de novos regaços
onde eu possa deliciar-me...
descompromissadamente,
e nada mais enfim!

Montes Claros (MG), 10-10-2014
RELMendes

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Nem “alouettes” nem poetas... Apenas passarinhos!



Penso que talvez haja algo em comum
entre passarinhos e poetas...
Ah se penso!

Contar-lhes-ei um segredinho
quase infantil...quase ingênuo...
Mas que a mim...tanto me encanta!

Certa feita li em um livro qualquer:
- Passarinhos não morrem jamais...
  Simplesmente, desaparecem...
  Silenciosamente, discretamente...
  Sem estardalhaço algum.

E desde, então, pergunto-me:
- Será porquê, hein?
Intrigado...sempre respondo-me:

Ah! Talvez isto aconteça, porque
Cantam...
Solfejam...
Rodopiam...
graciosamente,
pelos ares...a voar
displicentemente...
como os pequeninos
“alouetes”da velha Gália
de tantos poetas...

Os passarinhos...simplesmente,
Vivem, cantam, solfejam e voam...
sem jamais se preocupar
em amealhar bregueços alimentares
ou em esconder seus maviosos
malabarismos poéticos
que a nós nos deixam boquiabertos.  

Assim também o fazem...imagino eu,
os fascinantes poetas de qualquer parte
desse mundaréu afora:
Rodopiam...
- à bel prazer das inspirações desatinadas -
Brincam...
- com palavras
  como se feitas de letrinhas
  de macarrão colorido,
  aquele próprio pra se fazer
  sopa de bebês gulosos 
  ou de velhinhos salientes enfim -
Tecem...
- versinhos encantadores -
Bordam...
- poeminhos e poemões inebriantes -
Declamam...
 - a qualquer hora e em qualquer lugar:
   versinhos, poeminhos, sonetinhos, etc etc... -

Ah! E depois de recitá-los...a granel ou em atacado,
simplesmente, desaparecem... feito passarinhos
em final de colheita em arrozal, milharal, etc e tal!
Enfim, para mim os poetas são passarinhos encantados...
e os passarinhos são poetas encantadores,
e pronto...ora, sementinhas saborosas!

Montes Claros (MG), 06-10-2014
RELMendes