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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Tomara eu saiba viver tudo agora




-Tudo tão vago...
Apenas um punhadinho de palavras
Aboletaram-se quietas/ em mim/
Quiçá/porque ainda seja madrugada!

-Tudo tão pretérito...
Porém/ refuto-o/ veementemente:
- Não agora! - Detesto filme repetido!
Quiçá/ retorne eu por lá/ no pretérito/
Apenas pra eu recolher alguns olhares
Que gostaria de tê-los ofertado â Marília/
Porém/ quiçá/ encabulado/ não lhos dei/
No devido momento/ pleno de: - agora ou nunca!
Mas guardei-os/ arrependidíssimo/aos prantos/
Lá no âmago de mim/ até hoje/ ainda!

-Tudo tão presente...
Ai sim! Este é o momento/ veloz/
Pra se reverberar anelos/aos montes/
- Quer sandices/ aos olhos de outrem/
- Quer delírios /até a  mim mesmo/
Mas vivamo-lo/ em plenitude/neste então!
Pois ele/ o agora/passa num piscar de olhos!

-Tudo tão futuro...
Ah! Se for no porvir/ quiçá/seja imprevisível/à beça!
E / porquanto/abstenho-me de prevê-lo no agora/
Pois prefiro dar-me ao luxo de viver presente/agora!

-Tudo tão rente a tudo...
Ó ledo engano! No mais das vezes/
Tudo não está tão rente de tudo/quanto se pensa/
Mas/ ao derredor/ no detrás/ ou mesmo/quiçá/
Ao lado da gente/ de todos nós/ sem ser jamais percebido/
Porque sempre buscamos-lho/ alhures!

-Tudo tão alhures de todos...
Ah/ outro ledo engano! Pois tudo está tão aqui/
Em mim/ a pulsar lá onde plangem todos
Meus anelos ou delírios/ de ser alguém além
Mas pouco importa/ tudo é tão nada pra mim/
Quando não há esperança a florir!

RELMendes 10/03/2018


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