-Acordei? -Respirei? -Espreguicei-me?
-Certifiquei-me de que ainda estou deveras vivo?
-Pois, então, vou deixar a luz do sol entrar:
- Cantarei louvores de gratidão aos céus...
E á vida a fluir em mim, e fora de mim,
-Irei em seguida pras ruas entreter-me, á beça,
Com meus pares... Ou melhor.. Os de minha idade.
(Senhorzinhos e senhorinhas fuxiqueiros)
Para nos desentendermos ou concordarmos
Sobre a escrota tuchutuchucança do ministro
(da economia)
Em favor dos gananciosos banqueiros exploradores...
E gargalharmos muito, acintosamente até, d’outro
Ministro, apedeuta, e de sua infeliz gafe ao dizer:
- “Conge”, ao invés de cônjuge....
“Êta que qua!”
-Gente, por conta de tanta zueira e gozação, á beça,
Sou sempre o último
a deixar a patota, tagarelante,
Ou a abandonar o pedaço
aonde as fofocas correm
Desenfreadas, aos montes...
Vez que não quero que falem de mim pelas costas...
“Èta que qua!”
-Contemplarei também, florzinhas mimosas, á beça,
Que se aproveitando do desleixo, a olhos vistos,
Das calçadas desgastadas e ruas esburacadas
(Por culpa dos proprietários ou dos fiscais públicos)
Desabrocharam displicentemente, a seu bel prazer,
Pelas frestas ou rachaduras das coxias e calçadas
Por onde costumeiramente, ainda ouso caminhar...
Com medo, á beça, de esparrachar-me ao chão!
“Êta que qua!”
RELMendes – 04/04/2019
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