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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Navegando solitário pelo revolto mar da indecisão...



Com uma mochila repleta
De muitos sonhos sedutores,
E a cabeça fervilhando de ilusões...
É preciso se pôr a caminho
Para descerrar as emperradas
Portas da vidas.
Ir-se embora ou permanecer,
Eis ai a terrível questão!...

Como deixar de usufruir o já obtido?
Como se desvencilhar do materno afeto?
Como abandonar o boteco da esquina
Onde se beberica nas cálidas noites de verão?
Ah, essa não!

Já pensou em largar para trás
Os lábios saborosos da cabocla
Que, ao pôr do sol, ávidos de beijos
De graça se ofertam
Daquela janela da varanda?
Oh! Que louca abominação!
Oh! Que revolto mar de indecisão!
Optar talvez seja
No transcorrer do dia-a-dia
O que de mais difícil na vida há.

Mas como ampliar horizontes?
Como deixar de ser menino
Sem partir sei lá pra onde;
Sem alçar voo pro infinito ofuscante;
Sem galgar montanhas em busca de sonhos;
Sem se desviar pelos caminhos percorridos;
E sem se distrair envolvido pelo abusado
Encantamento das cunhantãs?


Montes Claros (MG), 10-01-2012
RELMMendes





2 comentários:

  1. Que fecundidade! Seus versos são sempre a própria vida,cheia de beleza, dor, esperança... São gostosos porque, de uma certa forma, a gente se identifica com o que é mostrado.
    Bjs,
    Lu

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  2. BELÍSSIMA!
    SEM PALAVRAS PRA DESCREVER TANTA BELEZA.
    PARABÉNS PELO SEU TRABALHO,PENA ESSE PAIS NÃO DAR O VALOR QUE A POESIA MERECE!

    (COMENTEI ANINIMA POIS NÃO SEI COMO FAZER DIRETO, MAIS O IMP0RTANTE É QUE ESTOU SEGUINDO)

    VÂNIA ASSUNÇÃO

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