(Sob o olhar de um homem
de TEATRO)
Lá com seus botões, o homem de TEATRO
Esbraveja:
Se concluída a gestação,
A natureza te inflige a abandonar
O aconchego quente do útero materno,
Proponho-te que, já no proscênio,
Proteste gritando, proteste aos berros!...
Logo que do parto na terra te derrames,
Prove tua existência gritando aos berros!...
Oh! Vem depressa, vem logo!
Mostra-me teu rosto ainda oculto,
Porque a ansiedade me consome!...
Ò novo menestrel, és esperado
Desde a tua concepção!
Meu delírio será ver-te atuar
No velho palco da vida...
Fazendo florescer emoções
Por esse mundão afora...
Lá com seus botões, o homem de TEATRO
Pensou ter ouvido:
Olha aqui, presta atenção!...
Se versátil será o meu ofício de menestrel,
Tanto mais inconstante e volúvel
Será o semblante do meu rosto.
Mas...se mesmo assim te dá gosto conhecê-lo...
Escolha ai na ladainha
Aquele que do teu agrado
seja:
Um rosto dolorido...
Um rosto triste,
Um rosto espantado...
Um rosto assustado,
Um rosto empalamado...
Um rosto faminto,
Um rosto de muitas máscaras...
Quem sabe um rosto versátil
...de artista?
Lá com seus botões, o homem de TEATRO,
Sem economias, esbraveja intrépido:
Presta atenção aqui, digo eu!...
Se te estimulei a perder a invisibilidade,
Apressa-te a interpretar com talento,
Os personagens que te serão ofertados...
Pois o tempo e a vida ligeiros se esvaem,
E ainda pretendo ver-te alcançar o sucesso
Antes que se apaguem os holofotes,
E, de súbito, se calem os aplausos!...
Montes Claros (MG), -24/07/2012
RELMendes
Filosofando alto,hem, irmão! Excelente! Amei!
ResponderExcluirBjs,
Lu