Ah, minh` alma irrequieta!
(alma ou id,ou superego,ou ego,ou sei
lá o quê!)
Fora eu o condutor de ti,
Ò minh’alma sedenta,
(mas não o sou!)
Dar-te-ia alento
E talvez pudesse até te acalentar
E te amainar essa tua ânsia louca
De te apossares do aconchego do “Amor
Infinito”.
Porque degustá-lo é preciso sempre
E não vivenciá-lo por aqui
(nesse triste e sombrio degredo)
Em nada a ti apraz de contentamento.
Ah! Fora eu o condutor de ti,
Ò minh’alma irrequieta,
(mas deveras não o sou!)
Tenha por certo que tudo faria
(sem acuar-te claro, porque não te
vergas!)
Para que te sentisses amada
E envolvida pelo lindo buquê de alegrias
(Alvoreceres, crepúsculos, madrugadas...)
Que nessa vida há
E nela muito bem se escondem.
Ah, o Amor!..
A Suspirar...
Minh’alma irrequieta declama:
Ah! O Amor desabrocha
Inesperadamente,
Envolve...embala...e pronto!
Ah, o Amor encanta-me!...
E por ai minh’alma irrequieta prosseguiu:
Ó bela tenda onde moro, habito e me
escondo,
Por favor, suplico-te:
Deixa-me cá com meus achaques!
Ah! E se és também meu espaço de
surpresas,
Peço-te encarecidamente
Que não tentes compreender-me
Só porque tenho sede de infinito.
Ah! Digo-te ainda:
Fora eu ave de arribação
Alçaria voo livre até o deserto
E de lá...
( na quietude de sua solidão silente)
Por-me-ia a ouvir o uivo da brisa
fresca do vento,
E quem sabe assim não penetraria
Numa das frestas transcendentais
Dos insondáveis segredos da
eternidade?
Quem sabe? Ah, quem dera!
Como podem ver,
Neste meu solilóquio
(bisbilhotando-me a mim mesmo)
Há muitos “ se’s”,
Inúmeros “ ai’s”,
E não faltaram...”.portanto’s”
(ainda que ocultos!)
E...quantos!... E...quantos!....
Montes Claros(MG), 13-01-2014
RELMendes