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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O mar, a mulher...e o luar!

-Logo após o crepúsculo
A passos lentos e suaves
Que acariciavam a morna areia
 Uma bela mulher despida
Caminhava...caminhava...
Displicentemente...nua
Pela vastidão da orla
Beijada pelo mar
Prateada pelo clarão do luar
E aparentemente deserta

-Mas tão distraidamente nua
A bela mulher caminhava
Pela orla aparentemente deserta
Que nem percebia sequer
Que o mar...a noite...e o luar
A espiavam...sorrateiros,
Perdidamente enamorados...
-E portanto se perderam em muitos
Porquês e em incontáveis
Tergiversações enfim:

-O que buscaria tão displicente
Essa bela mulher nua?
-Ora!Quem saberá dizê-lo
Senão ela mesma?!

-Então face tamanho encantamento
O crepúsculo se recolheu aborrecido
A noite estrelada ainda que indignada
Se impôs majestosa e invejosa
O luar se prateou fascinado
E pôs-se a alumiar-lhe
O colo macio e atraente
De seus exuberantes seios.
O que ensandecera o mar ciumento!
Então ele se alvoroçou
Em vagalhões enormes
E a cascavilhar...
(Em suas profundezas...)
Ostras perolas e mais perolas,          
Pôs-se a debulhá-las
A fim de tecer à bela mulher nua
Um precioso colar de raras perolas
Para seduzi-la...por inteiro,
Antes que o luar abusado
O antecedesse em tal feito.

-Entretanto... Ofuscar imediatamente
O intenso brilho do envolvente luar
Tornara-se para o mar no momento
O seu incontrolável tormento.
Mas que despautério!
Quanto tempo perdido!
Mal sabia o mar
Que para seduzi-la
Bastar-lhe-ia apenas
Ofertá-la as brancas espumas
Borbulhantes...com as quais
De instante em instante
Ele orvalhava os delicados pés
Da bela mulher nua displicente  
Que ansiosamente se punham
A caminho em busca da liberdade

-Por isso a bela mulher
Distraidamente nua
Se enluarou despudoradamente
E simplesmente partiu
Sabe-se lá pra onde,
Sem dar satisfações a ninguém.  
  
Montes Claros (MG), 20-10-2015
RELmendes  

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