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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Georgino, o Júnior poeta mor, montes-clarense Multiartista clareador de corações e mentes


 (In memória de Georgino Júnior)


-Então, poeta mor, diga-me cá sem xurumelas:

- Oh poeta clareador deste amado Sertão
 Por que tu te mandaste daqui desta terra
Tão discretamente, mas ligeirinho, á beça,
Deixando a gente aqui, boquiabertos
De espantamento, face ao, pra nós, tão inviável,
E apoquentadíssimos, de saudades tantas
Aos prantos, até, com os olhos cheios de poeira e dor,
Hein sô?

-Por acaso lá do firmamento sem fim...onde estás,
- Oh poeta mor clareador deste amado Sertão
Algum acendedor de estrelas atrevido, á beça,
Ousou te raptar sorrateiramente daqui, desta terra,
Pra tu ir alumiar de antemão a saia godê da noite
Em breu e, assim embunitá-la, como se foras tu, sô,
Um pirilampo sapeca a lampejar zombador o infinito
- Zombador, sim, mas também, transbordante de sutil
E inteligente humor deveras interessantíssimo-
Lá nas alturas das bandas do lá acolá dos anjos bochechudos,
Ou, quiçá, foi só pra tu ir pra lá brincar de esconde-esconde
Com as outras estrelas tuas parceiras de incandescer
Os céus logo após o adormecer do crepúsculo, hein sô?

-Bom, oh poeta mor sertanejo, clareador de mentes e corações
Num arrepare não, por favor, minha tamanha intromissão,
Mas em sendo eu, por demais, enxerido, nessas últimas noites
Após o teu estrelamento, andei vislumbrando, lá nos altos céus,
Uma estrela mais lampejante que todas as demais que por lá
Brilhavam ...piscando, piscando...  Sem cessar!
Então, tive por certo que eras tu, oh caro poeta mor sertanejo,
Brincando lá no céu displicentemente, com outras estrelas,
Ao teu redor, de MontesClarosmontesclariou!

RELMendes – 26/10/2018

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