Quando
nublam-se as nuvens, em breu,
No
comboio de tempos obscuros, em nossos céus,
Não
vejo saída outra senão, escrever e escrever, aos montes,
E
depois, quiçá, boquiaberto, espantar-me com meus escritos
Vez
que ao lê-los - ainda nas calhas de seu escondimento -
Entretenho-me,
abestalhado, á beça, quem sabe até, aos risos,
Como
eu já o fizera outrora, em tempos deveras luminosos,
Em
que cantei a esperança, ainda que oco de tristezas,
-
“Vamos minha gente, que esperar não é saber, quem sabe
faz
a hora não espera acontecer” -
E
denunciei com parusia, a miséria gritante que grassava, aos montes,
Por
todo canto e recanto deste imenso país, clamador por justiça, já!
Até
que, êta que quá, amordaçaram-nos por anos a fio, e com fios!
Foram
anos sombreados de dores, horrores, dissabores, desalentos,
E
quem quiser ter uma noção melhor deles, que a busque em livros de
Historiadores,
dos mais abalizados, e comprometidos, só e, exclusivamente, com a verdade
histórica. Ora!
Entretanto,
sempre permaneci esperançoso, num ligeiro ou rápido retorno da ilustre senhora
“Liberdade”. Que, aliás, só haveria de voltar, pra “Felicidade” de todos nós,
depois de muitos anos (23). Ah! E após
constantes protestos de rua, a
céu aberto! Para que, então, se pudesse cantar
de peito aberto, em alto e bom som, sem cessar:
-
“Liberdade. Liberdade” abre as asas sobre nós..
Mas,
pena que hoje em dia, desaforadamente, voltaram
a nos ameaçar com um
amordaçamento inconcebível, a quem nos ensina a pensar, Isto, bem aqui, diante de mim e de todos os
seres pensadores que, neste então,
plangem... e plangem, aos prantos, por conta de todos aqueles que, doravante, calar-se-ão
indubitavelmente, até retornarem, Quiçá, em breve, os saudáveis ventos da
“LIBERDADE” a soprar por esses rincões brasileiros tão amados!
RELMendes
– 02/11/2018
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