E por que não viria?
Sta. Teresa D´Ávila
-Ora! Se há brisa fresca soprando...
Nos vales montes desertos
E campinas...verdejantes,
E se visíveis...a nossos olhos,
Flores desabrocham...nos jardins da vida,
Então, suscito-lhes que:
- Recolham...imediatamente,
Suas murmurações desnecessárias
E seus inúteis lamentos...
- Enxuguem suas lágrimas...de tristeza,
-E encham-se...de radiante alegria,
Ò vós todos, filhos e filhas de Teresa...
Porquanto ela, vossa querida mãe
Teresa de Jesus, vem aí...
Trazendo...consigo,
Seu “Bem-Amado Esposo Jesus”,
O divino hóspede de su´ alma...
Que...desde sua juventude,
Instalou-se...definitivamente,
No mais secreto aposento
De seu “Castelo Interior”...
-Portanto...apressai-vos
E aligeirai-vos... Ò vós todos,
Filhas e filhos de Tereza...
Para a contento recebê-la...
Bem como, também, a seu queridíssimo
“Bem Amado Esposo Jesus”...
Pois eles chegarão...a qualquer momento,
Aqui nesse acolhedor “Carmelo em Flores”...
Em busca de alojamento...aconchegante,
Em vossos generosos corações...consagrados,
Para repousarem...por algum tempo,
Se acolhidos forem... Com muita satisfação
Imenso amor e grande generosidade, enfim...
-Então, Ò vós todos, filhas e filhos de Teresa,
Sem se avexarem...desnecessariamente,
Apressai-vos contudo...um pouquinho só,
Para bem receberem...tão ilustres hóspedes,
Que por decerto se farão presentes...
Sem duvida alguma, a qualquer momento.
-Em assim sendo... Mãos à obras,
Ò vós todos, filhos e filhas de Teresa,
Pois não há tempo a se perder:
- Preparai-lhes, então...cuidadosamente,
Os aposentos das ermidas
De vossas próprias almas...
Sedentas de “Amor Divino”...
(Vossos corações, enfim!)
- Escancarai...totalmente,
As portas e as janelas de vossas mentes
Para que o “Sopro Divino” as areje...
Sem economias alguma...
-Ablucionai...com gotas de generosidade,
O piso duro de chão batido
De vossas almas carentes de “Amor Eterno”,
E varrei-o...com a vassoura de piaçava
De vossas constantes orações...
Bem de leve, de levinho, mesmo,
Pra evitar que a poeira dos caprichos
De vossas fragilidades suspenda,
E espante tão esperados hóspedes...
-Deixai posta a mesa da partilha
Do vosso pão de cada dia:
- Uma toalha vermelha...
A do vosso martírio cotidiano,
Mas que seja estampada
De brancas violetas mimosas...
Em homenagem a pureza dos santos...
- Uma touceira farta de avenca miúda
Para sombrear a imagem sagrada
Da querida “Virgem do Carmo”,
Também, vai muito bem!
- Uma bandeja com canecas...bem ariadas,
Para lembrar o “Cálice Bento”,
É deveras muito sensato!
- Algumas xícaras de porcelana...
Para recordar a fragilidade humana,
É uma boa!
- Um bule de chá...bem quente,
Para nos lembrar a ternura de Deus,
É uma benção!
- Uma travessa de cobre repleta
De fritadas de batatas saborosas,
Bem a gosto de Teresa,
Para nos lembrar da fartura
Com que o “Deus Vivo” nos alimenta,
É demonstração de gratidão!
- Uma bilha de água fresquinha
Para saciar-lhes a sede constante
Que têm de salvar-nos...a nós todos,
Agradá-los-á, sobremaneira!
-Ah! E para que “Ele”, Jesus,
O “Bem Amado Esposo de Teresa”
Não queira...ligeiro ou apressado,
Ir-se embora do ofertado recanto,
Arrumem...com muito esmero,
O alvo leito nupcial da pureza...
(Que outra coisa não é...senão,
Os vossos corações suplicantes
Pela salvação do mundo inteiro!)
Aonde repousarão... Teresa
E o “Amado Senhor” dela.
-Por fim, apressem-se... Ó vós todos,
Filhos e filhas de Teresa,
Sem contudo muito se avexarem,
Vez que ela um dia nos legou
Esse admirável conselho:
- “Nada te perturbe, Nada te espante,
Tudo passa, Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem, Nada lhe falta:
Só Deus basta.”
Montes Claros (MG), 14-06-2012
REL Mendes