Total de visualizações de página

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A aragem vadia de outono só refresca os amantes



Preteriu-nos sim, não há como esconder isso!
Pois ela, a aragem gélida do Outono
Preferiu soprar sobre os telhados dos amantes
A evadir-se em campos abertos até diluir-se à seu tempo
Refrescando a tudo e a todos nós por onde passasse ligeira
-Proferiu, ela, zumbidos indiscretos ao sondar as profundezas
Das paixões derramadas nos desvãos dos segredos dos amantes
E passou sorrateira sem se aperceber dos cantares, endoidecidos,
De quem se abrasava de saudades em silêncios, barulhentos,
Que urravam dores inexpugnáveis... Porquanto, oh,
Disfarçadas de espanto colorido de perplexidade lúdica
Sem deixar vazar o imbróglio da inveja que deveras sentia...
Embora o desencanto cornetasse-lhe o âmago, em brasas,
Fragmentado em faces de palhaços quase sorridentes.
Mas ela a aragem vadia de Outono nem se deu conta
Que nós também a esperávamos em busca de alento!


RELMendes 05/04/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário