Preteriu-nos sim,
não há como esconder isso!
Pois ela, a aragem
gélida do Outono
Preferiu soprar
sobre os telhados dos amantes
A evadir-se em
campos abertos até diluir-se à seu tempo
Refrescando a tudo
e a todos nós por onde passasse ligeira
-Proferiu, ela, zumbidos
indiscretos ao sondar as profundezas
Das paixões derramadas
nos desvãos dos segredos dos amantes
E passou sorrateira
sem se aperceber dos cantares, endoidecidos,
De quem se
abrasava de saudades em silêncios, barulhentos,
Que urravam dores
inexpugnáveis... Porquanto, oh,
Disfarçadas de
espanto colorido de perplexidade lúdica
Sem deixar vazar o
imbróglio da inveja que deveras sentia...
Embora o
desencanto cornetasse-lhe o âmago, em brasas,
Fragmentado em
faces de palhaços quase sorridentes.
Mas ela a aragem
vadia de Outono nem se deu conta
Que nós também a esperávamos
em busca de alento!
RELMendes
05/04/2017
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