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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Toma termo linguarudo... Insignificâncias, todos as temos!

(Cresçamos juntos então!)


-As insignificâncias da gente
São tão acintosas...a todos!
Mas somos tão apedeutas deveras
Que só as perceberemos aos montes
Se nos tornarmos deveras humildes.
Pois só juntos ah, nos significamos!

-As insignificâncias da gente
São tão aberrantes...a todos,
Mas somos tão presunçosos deveras
Que só as perceberemos aos montes
Se nos tornarmos deveras atentos
Espiadores das muitas gentilezas
Daqueles que nos acercam
E nos abarcam no dia a dia
Sem nos constranger jamais!
Pois só juntos ah, nos significamos!

-As insignificâncias da gente
São tão transparentes...a todos,
Mas somos tão insolentes deveras
Que só as percebemos aos montes
Quando alguém mais arrojado - por algum
Motivo, inspiração, ou benquerer, quiçá -
Ousa surpreender-nos ao apontá-las, a nós,
Através de gestos explícitos, de generoso acolhimento
E muita bondade para conosco, mesmo em sendo nós
Como e quem, na realidade, o somos:
- Nada mais que criaturinhas plenas de insignificâncias!
Mas juntos ah, nos significamos, e muito!

RELMendes – 28/11/ 2018



domingo, 25 de novembro de 2018

O bicho homem é um caso a pensar


(Êta que quá! Nem sei se hoje é bom se pensar!)



-A onça mora no lajeado
Fareja por toda parte sua comida.
-A cobra desliza astutamente
Em busca de seu alimento.
-O carcará no sertão pega mata e come
Pra equilibrar o ecossistema.
-Mas o bicho homem furdunça em todo lugar!

-Quando inimigo se disfarça de cordeiro
Abriga-se e estrambrelha o teto que o acolhe
Na maior cara de pau. Sabe por quê?
Ainda não se aprendeu a identificá-los
Entre os mais próximos da gente:
- Os consangüíneos, ou mais os chegados!
- Caim matou Abel. Faz tempo!
- Jacó ou Israel surrupiou
A primogenitura de Esaú. Né d’hoje!
- Davi mandou matar Urias
Seu melhor amigo, de todas as horas,
Pra se apossar da mulher dele:
- A tal Bersabeia! Que sacanagem!
- Judas Iscariotes  vendeu “Jesus”
Por trinta moedas de prata. Pode sô?
-Filhos(as) atualmente ou desde sempre 
Surrupiam os pais, sem constrangimento,
 E depois pasmem abandonam-nos em asilos.
Dá pra entender?

- Um certo povo aí de uma  tal “Terra Brasilis”
Deixou-se levar de repente pelas malditas  fakenews
E escangalhou sem pena nem dó com o país inteiro:
 - Pois até professores por incrível que lhes pareça
Serão daqui pra frente apenas papagaios falantes.
Pois há quem queira por ai afora no momento
Que eles d’ora avante não mais possam falar ou
Apresentar a seus diletos aluninhos
Seu discurso em prol dos direitos humanos!
Eu já vi essa merda outrora!

-Os apedeutas? Ah, eles sempre confundem
A generosidade e a bondade da gente
Com pura ingenuidade, ledo engano!
PUTZGRILA! Verdadeiramente
O bicho homem é um causo a pensar!

RELMendes – 25/11/2018

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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sou negro e não nego!


Sou negro e não nego!



-Sou negro!
Não há como negar isto!
Embora eu não tenha
Cabelos encaracolados
(Que pena!)
E minha pele seja desbotada
(Que lástima! Eu quereria tê-la negra
Como uma graúna!)
Pois sou fruto da miscigenação!
Sou negro então ora bolas!
Isto é fato em mim meu!

-Sou negro!
Não há como negar isto!
Meu avô paterno
Era negro!
Minha vó materna
Era negra!
Falo neném
Dou calundu
Sou dengoso
Danço samba
Amo batuque
Dizem até que sou
Filho de Xangô olha só!
Gosto de feijoada...
Sou negro então ora bolas!
Isto é fato em mim meu!

-Sou negro!
Não como negar isto!
Minha falsa branquitude
É pura ilusão de ótica
Vez que minhas gengivas
São rochas que nem fulô
De maracujá.
E as minhas ventas então?
Ah, essas são bem avantajadas!
Sou negro então ora bolas!
Graças a DEUS!
Isto é fato em mim meu!

-Sou negro!


RELMendes – 20-11-2018


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Solidão é uma decisão pessoal



Corro! Não sei eu bem pra onde!
Só quero estar a sós comigo, agora!
Ora bocejo coisas tristes, ora suspiro canduras.
Retorno. O descer a montanha do êxtase 
Impõe-se resoluto.
Pleno de mim agora,
Quero enlaçar-me de gente.
Ou, quiçá, pousar em quem me nine,
Simplesmente porque quer ninar-me.
Oh! Acho-me estar em primavera,
Sempre que me retorno da solidão.

RELMendes – 08/11/2018

domingo, 11 de novembro de 2018

Confidências


(Pra si mesmo claro!)


-Remexeu por horas

As gavetas do seu pretérito.
Sorriu por vezes contente.
Culpa quiçá das coisinhas boas
Que outrora vivera poucas vezes.

-Verteu lágrimas a cântaros.
Vilanias enfeitaram-lhe
O cotidiano sem trégua
Sequer um só dia.
O pretérito fora-llhe uma arena
Apenas.
Pra quê então remexê-lo
Com tamanha ousadia?

-Olhou e reolhou com desdém
Os desvãos todos do seu pretérito.
Enfarou-se de bulir em quinquilharias
Que algemaram-no ao seu outrora
Assaz distante.
Meneou então a cabeça grisalha
Sutilmente.
Balançou os ombros franzinos.
Como quem debocha de algo
Quiçá das coisas que não foram.

-Fixou por fim os olhos marejados
De lembranças abestalhadas
No seu presente bem ali consigo.
Armou-se de risos.
E rindo-se de si mesmo
Evadiu-se dali sem cantilenas
Nem de descaso nem de alegria.
Apenas pleno de certeza que
Viver o presente é de mais valia!

RELMendes – 11/11/2018

domingo, 4 de novembro de 2018

Amor? Só se for lambuzado de agoras!


-Amor internitente, a mim não me apraz, jamais!
Pois este amor tem cheiro e sabor de paixão, banal,
Permeada de descomprometimento, total.
Sem aquele quê de gostosura, do to contigo,
Para o que der e vier, hoje, amanhã e sempre!
Sem aquele, êta que quá, que faz a gente amealhar
Segredos e sonhos, pr’uma vida inteirinha, sem medo
De ser feliz, nem hoje, nem amanhã, nem nunca!

-Ora! Amor pra mim tem de ser constante, pegajoso,
- Qual visgo em arapuca pra se aprisionar
 Passarinhos desavisados, sem xurumelas algumas  -
E, sobretudo lambuzado de gestos de benquerer,
Entre um e outro, toda hora e a todo momento,
Sem se dispor a mais nada senão, um ao outro, somente.

-Ah! E em total oblação de amor comprometido, entre ambos,
E sempre prédispostos á saliências, inesquecíveis, a toda hora,
Quer num canto qualquer de chão batido, ou sob e sobre
Alvos lençóis perfumados com um suave cheirinho de patchouli
E alumiados pela luz fraquinha de um dourado candeeiro tosco,
Prestes a incendiar a gostosa alcova buliçosa de prazeres, tantos,
Onde nossos corpos se contorcem, se enroscam, e se remexem,
Sem xurumelas, prazerosamente, aos sussurros, infindáveis,
Do nosso rosetá, sem fim, em todos os agoras!

RELMendes – 30/10/2018


sábado, 3 de novembro de 2018

O que se aprende com a decepção e a dor Alegria nenhuma jamais nos ensinará!


Quando nublam-se as nuvens, em breu,
No comboio de tempos obscuros, em nossos céus,
Não vejo saída outra senão, escrever e escrever, aos montes,
E depois, quiçá, boquiaberto, espantar-me com meus escritos
Vez que ao lê-los - ainda nas calhas de seu escondimento -
Entretenho-me, abestalhado, á beça, quem sabe até, aos risos,    
Como eu já o fizera outrora, em tempos deveras luminosos,
Em que cantei a esperança, ainda que oco de tristezas,
- “Vamos minha gente, que esperar não é saber, quem sabe
faz a hora não espera acontecer” -
E denunciei com parusia, a miséria gritante que grassava, aos montes,
Por todo canto e recanto deste imenso país, clamador por justiça, já!
Até que, êta que quá, amordaçaram-nos por anos a fio, e com fios!
Foram anos sombreados de dores, horrores, dissabores, desalentos,
E quem quiser ter uma noção melhor deles, que a busque em livros de
Historiadores, dos mais abalizados, e comprometidos, só e, exclusivamente, com a verdade histórica. Ora!
Entretanto, sempre permaneci esperançoso, num ligeiro ou rápido retorno da ilustre senhora “Liberdade”. Que, aliás, só haveria de voltar, pra “Felicidade” de todos nós, depois de muitos anos (23). Ah! E após  constantes  protestos de rua, a céu aberto! Para que, então, se pudesse cantar  de peito aberto, em alto e bom som, sem cessar:
- “Liberdade. Liberdade” abre as asas sobre nós..
Mas, pena que hoje em dia, desaforadamente, voltaram  a nos ameaçar com um  amordaçamento inconcebível, a quem nos ensina a pensar,  Isto, bem aqui, diante de mim e de todos os seres pensadores que, neste então,  plangem... e plangem, aos prantos, por conta de todos  aqueles que, doravante, calar-se-ão indubitavelmente, até retornarem, Quiçá, em breve, os saudáveis ventos da “LIBERDADE” a soprar por esses rincões brasileiros tão amados!

RELMendes – 02/11/2018