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domingo, 4 de novembro de 2018

Amor? Só se for lambuzado de agoras!


-Amor internitente, a mim não me apraz, jamais!
Pois este amor tem cheiro e sabor de paixão, banal,
Permeada de descomprometimento, total.
Sem aquele quê de gostosura, do to contigo,
Para o que der e vier, hoje, amanhã e sempre!
Sem aquele, êta que quá, que faz a gente amealhar
Segredos e sonhos, pr’uma vida inteirinha, sem medo
De ser feliz, nem hoje, nem amanhã, nem nunca!

-Ora! Amor pra mim tem de ser constante, pegajoso,
- Qual visgo em arapuca pra se aprisionar
 Passarinhos desavisados, sem xurumelas algumas  -
E, sobretudo lambuzado de gestos de benquerer,
Entre um e outro, toda hora e a todo momento,
Sem se dispor a mais nada senão, um ao outro, somente.

-Ah! E em total oblação de amor comprometido, entre ambos,
E sempre prédispostos á saliências, inesquecíveis, a toda hora,
Quer num canto qualquer de chão batido, ou sob e sobre
Alvos lençóis perfumados com um suave cheirinho de patchouli
E alumiados pela luz fraquinha de um dourado candeeiro tosco,
Prestes a incendiar a gostosa alcova buliçosa de prazeres, tantos,
Onde nossos corpos se contorcem, se enroscam, e se remexem,
Sem xurumelas, prazerosamente, aos sussurros, infindáveis,
Do nosso rosetá, sem fim, em todos os agoras!

RELMendes – 30/10/2018


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