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domingo, 11 de novembro de 2018

Confidências


(Pra si mesmo claro!)


-Remexeu por horas

As gavetas do seu pretérito.
Sorriu por vezes contente.
Culpa quiçá das coisinhas boas
Que outrora vivera poucas vezes.

-Verteu lágrimas a cântaros.
Vilanias enfeitaram-lhe
O cotidiano sem trégua
Sequer um só dia.
O pretérito fora-llhe uma arena
Apenas.
Pra quê então remexê-lo
Com tamanha ousadia?

-Olhou e reolhou com desdém
Os desvãos todos do seu pretérito.
Enfarou-se de bulir em quinquilharias
Que algemaram-no ao seu outrora
Assaz distante.
Meneou então a cabeça grisalha
Sutilmente.
Balançou os ombros franzinos.
Como quem debocha de algo
Quiçá das coisas que não foram.

-Fixou por fim os olhos marejados
De lembranças abestalhadas
No seu presente bem ali consigo.
Armou-se de risos.
E rindo-se de si mesmo
Evadiu-se dali sem cantilenas
Nem de descaso nem de alegria.
Apenas pleno de certeza que
Viver o presente é de mais valia!

RELMendes – 11/11/2018

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