(entre a musa e o ancião poeta)
Com certa frequência...
Ponho-me à
janela da reflexão...
A ocultar
matreiro,
A minha face
brejeira,
De ancião-criança!...
Com uma
máscara fingida de tristeza,
Tento seduzir
a desconfiada musa,
Que atrevida,
vez por outra, desaparece...
Deixando-me a
contar estrelas...
Ou melhor,
A chupar todos
os dedos...
Lambuzados de
saudade dela!...
Saudade...
tristeza... euforia, ou alegria...
São excitantes
hormônios da libido da musa,
Que de longe,
Sente o cheiro
do meu poético cio...
Como se
parecesse perceber...
O exato
momento para fecundá-lo...
Com seu terno
hálito de inspiração.
Então,
Os sentimentos
ledos,
De lembranças
resguardadas...
Lá... num
lugar sagrado,
(O útero
imaginário do poetificar,
Donde se alojam
agasalhados),
Eclodem luminosos...
Para se
transmutarem em versos airosos...
Na mente do ancião
poeta!...
Arisca, a musa
de meus versos...
Assemelha-se a
um colibri assustado,
Que esvoaçando,
chega inesperado!...
Veloz, trisca
astuto as perfumadas flores...
Pra sedento,
sugar delas o saboroso néctar,
Que lhe
propicia alçar livre...
O voo da
passageira euforia...
Saciado por
instantes,
Bólido, num
piscar de olhos,
Dali
desaparece...
Para logo em
seguida,
De repente,
Retornar melancólico,
A ciciar
sedento!...
Também a despudorada
musa,
(À parecença
do aloprado colibri),
Toca com
delicada leveza meu peito,
(Transparente
taça de cristal,
Mais fino que
os da Bavária).
E ao seu mais
sutil toque,
Logo o cristal
do peito se espatifa...
Em gotas de
emoções,
Que rápidas,
Transmutam-se...
Em airosos
versos,
De “inenarrável
ternura”!...
Montes Claros,
11-03-2012
RELM Mendes
Querido, vc está sendo lido, nesse exato momento, em Salvador, a cidade dos meus sonhos... Lindo demais o poema! Fiquei até com ciúme... rsrs...
ResponderExcluirAndo doida para fazer um poema sobre o poeta e ele inspirou-me bastante. Vc é, sem dúvida, um grande poeta! E, ponto.
Bjs de sua irmãzinha,
Lu