Total de visualizações de página

quinta-feira, 15 de março de 2012

Lembranças que trincaram o tempo



-Houve um tempo...outrora,
Em que eu...ainda criança,
Camuflei de alegria...uma secreta saudade,
Que embora aprisionada...por anos,
Na cadeia que construí em meu peito,
Persistia...silenciosa e insistente,
A incomodar-me os dias...

-Então aloprado, como sempre fora...
Eu tentava disfarçar...com muita euforia,
A saudade dos cheiros...gostosos,
E dos ternos abraços de minha mãe,
Que, vez por outra...em sonhos,
Fascinantemente, envolviam-me...

-E para disfarçar essa saudade
Que, dela, em meu peito ardia...
Todas as noites...
Logo após o morno anoitecer
Lá na calçada da rua da cidade
Aonde com meus avôs vivia...
Eu brincava, brincava...muito,
Brincava com todos,
Brincava de tudo:
- De pega-pega,
- De esconde-esconde,
- De saltar amarelinha...
-E até de jogar à noite...cabeçolinha,
Como se brincando e brincando...
Fosse-me possível amainar
Tamanha cruel ausência...
  
-Ah! Esse lúdico momento...
(Embora permeado de muita saudade...
Escondida!)
Sempre se permitia perfumar...intensamente,
Dos mais diversos cheiros...
Porque os bogaris, jasmins, cajás e oitis,
Exalavam no ar, sem avareza alguma,
Fragrâncias muito cheirosas...
Que, naquela época...em Fortaleza,
Muito se gostava de sentir...

Montes Claros, 26-03-2012
RELMendes

Um comentário: