-Houve um tempo...outrora,
Em que eu...ainda criança,
Camuflei de alegria...uma secreta saudade,
Que embora aprisionada...por
anos,
Na cadeia que construí em
meu peito,
Persistia...silenciosa e
insistente,
A incomodar-me os dias...
-Então aloprado, como
sempre fora...
Eu tentava disfarçar...com
muita euforia,
A saudade dos cheiros...gostosos,
E dos ternos abraços de
minha mãe,
Que, vez por outra...em
sonhos,
Fascinantemente, envolviam-me...
-E para disfarçar essa
saudade
Que, dela, em meu peito
ardia...
Todas as noites...
Logo após o morno anoitecer
Lá na calçada da rua da cidade
Aonde com meus avôs vivia...
Eu brincava, brincava...muito,
Brincava com todos,
Brincava de tudo:
- De pega-pega,
- De esconde-esconde,
- De saltar amarelinha...
-E até de jogar à noite...cabeçolinha,
Como se brincando e
brincando...
Fosse-me possível amainar
Tamanha cruel ausência...
-Ah! Esse lúdico momento...
(Embora permeado de muita
saudade...
Escondida!)
Sempre se permitia perfumar...intensamente,
Dos mais diversos
cheiros...
Porque os bogaris,
jasmins, cajás e oitis,
Exalavam no ar, sem
avareza alguma,
Fragrâncias muito cheirosas...
Que, naquela época...em
Fortaleza,
Muito se gostava de
sentir...
Montes Claros, 26-03-2012
RELMendes
É lindo demais! Que capacidade artesanal de brincar com as palavras!
ResponderExcluirBjs,
Lu