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segunda-feira, 19 de março de 2012

O viés palatável

(da belezura de meus versos...)




Talvez apenas o céu e as noites de minha infância
(Que me pareciam bordados de estrelas)
Sejam o viés palatável de meus singelos versos: 

- Noites polvilhadas de estrelas reluzentes...
- Pirilampos cintilantes a piscar insistentemente, 
- Senhoras idosas a gargalhar se balançando 
  Em claras cadeiras de vime  
  E a chacoalharem displicentes suas saias godês
  Pra tentar se refrescar com o curioso vento... 

 Mas o intenso calor só se amainava
Com o suave soprar da refrescante brisa
Deslocada lá da enseada
Chamada de baixa da égua, 
Mísero prostíbulo disseminado
Ao entorno do farol do Mucuripe...
Que, rapidamente, no boca a boca,
Tornou-se de todos conhecido.

Embora àquela época
Fosse apenas um ancião-menino,
Já ansioso desejava do farol singrar
Pra outras plagas ou quintais distantes
Onde pudesse matar
A arretada saudade das coisas
Que, por eu ainda ser criança, 
Não tinham até então acontecido.

Montes Claros (MG), 10-03-2012
RELMendes

2 comentários:

  1. Vc é mesmo um mestre da poesia! Peguei alguém lendo seu poema em Portugal...
    Bjs,
    Lu

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  2. QUE COISA MAIS LINDA MEU DEUS!
    AMEI SUAS POESIAS SENHOR ROMILDO, LI TODAS, UMA A UMA.

    PARABENS, CONTINUE ASSIM VIU.

    VANILDA SOARES

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