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quinta-feira, 1 de maio de 2014

A laboriosa artesã de belas cenas teatrais


    (Terezinha Lígia Fróis...)
 


O primeiro encontro meu com a dama-mãe do Teatro Profissional Montes Claros, Terezinha Lígia, ocorreu lá pelos idos de fevereiro de 1975, ao se iniciar o “Curso Técnico de Teatro” (2° Grau a época) do “Conservatório Lourenzo Fernández”.

Em lá chegando (no amado “Conservatório”, ora, pois!) subi muito ressabiado as escadas daquele templo da música, em Montes Claros, e deparei-me com uma sala de aula transbordando de encantadoras senhorinhas ansiosas, e, de curiosidade, repletas!

Contudo, dentre todas aquelas senhorinhas alunas, uma delas, Terezinha Lígia se destacava sobremaneira, o que me dá o azo, agora, de relembrar a inesquecível sensação de admiração que se apoderou de mim, naquele momento ímpar. Deparei com a sala de aula florida e com aquele diamante refulgente de sonhos teatrais muitos e de tantas outras utopias cênicas viáveis, porque escrevia bem, cantava como um rouxinol, e era portadora de um “mis-en-scéne” incrível.

À medida que o “Curso de Teatro” ia seguindo seu percurso, ela, o diamante refulgente também ia me falando acerca de seu amor pelo “Teatro” e discorria, com certa frequência, sobre suas pretensões artísticas. No decorrer das aulas, apenas duas por semana, o que muito dificultou a elaboração de um produto teatral consistente, como montagem de peças, esquetes e outras, à medida do possível, sempre tergiversamos acerca de nossas vivências teatrais e de tantas outras coisas afeitas às “artes cênicas”, tais como: conceito elementar de Teatro; noções gerais de expressão corporal e impostação de voz; fragmentos de história do teatro; e, en passant, foram abordados alguns ensinamentos de Constantin Stanislavsk, oriundos de sua obra, “A preparação do ator” (Ex: “a quarta parede” e, também, outras coisas mais, indispensáveis ao dito ofício); entre tantas outras coisas.

Entretanto, apesar de tantos senões e de incontáveis dificuldades, a competentíssima e talentosíssima atriz Terezinha Lígia, a quem carinhosamente chamo de “artesã laboriosa de tantas belas cenas teatrais”, prosseguiu seguindo as trilhas da meta a que se propôs atingir, e as atingiu: (veja, assista e deguste seu trabalho artístico em suas montagens teatrais: “Brincando de Brincar” e “Uma Conversa Puxa a Outra” e diga-me se não tenho razão!).

Atualmente, pelas estradas da vida e também pelos palcos do mundo, Terezinha Lígia e seu extraordinário “Grupo Fibra” tecem cenas de inenarrável beleza, bordando seus belos sonhos cênicos para o encantamento de todos nós que temos a grata felicidade de contemplá-los em suas divinas performances teatrais.

Que você, Terezinha Lígia, e o “Grupo Fibra” continuem a abrir as cancelas do encantamento das gentes, é o que lhes desejo de todo o coração. Abraços tantos.

Montes Claros (MG),06/04/2014
RELMendes


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