Total de visualizações de página

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O aposento da imaginação do poeta,



   (É um furdunço só!)

Sabe aqueles armarinhos
De bem antigamente
Cheinhos de carretéis
E mais carretéis de linhas
De todos os matizes
Lilases azuis bordôs...
E de um tantão de botões
De madrepérola de vidrilho
De plástico de todos os tamanhos
Espalhados desleixadamente
Sobre novelos e mais novelos
De sianinhas branquinhas azulzinhas...
Que tanto enfeitavam as calcinhas
E calçolas das menininhas
E de inúmeros rolos rolinhos e rolões
De fitinhas de cetim multicoloridas
Dependuradas por todos os cantos,
E de uma quantidade incalculável
De ilhós retroses zíperes e colchetes
Esparramados por toda parte hein?
Ah! Era um furdunço só, num era não?

Pois bem!...
O aposento da imaginação do poeta
É mais ou menos desse jeito ai:
Ora um caleidoscópio
De sensações lúdicas
Ora um palácio repleto
De ternas lembranças
Ora um casarão mal-assombrado
De paixões inflamadas
  (Com seu delicioso erotismo envolvente!)
Ora um casebre
De lamúrias intermináveis
  ( Um porre só!)
Ora um picadeiro
De circo transbordando
Coisinhas hilárias:
Palhaçinhos irreverentes
Anõezinhos fantasiados de gnomos
Fazendo caretinhas engraçadinhas
Cambalhoteando e pirueteando à beça...
Mas...inesperadamente,
Quando se vê
Já tomou conta da gente
O encantamento que se derrama
Dos versos do poeta ... E pronto!
Então... é só deslumbramento!
(E que deslumbramento!)
Ah! É um furdunço só, né não?

Montes Claros (MG), 14-03-2014

RELMendes 

Um comentário: