-Dá-me licença, minha
gente,
Pra eu poder lhes
relatar...
O meu grande encantamento
Pela bela arte de
representar.
-Logo que a Sampa cheguei,
em 61,
Pra viver, morar e
trabalhar...
De pronto pus-me a buscar
Como do Teatro poder
desfrutar.
Então, pus-me a bater
pernas...
E a saltar daqui pra ali,
e, de lá pra cá,
E aos poucos fui
descobrindo:
- Lugares...frequentados
por artistas,
Endereços de TEATROS...cursos
etc
-E o que devia fazer...de
imediato,
Para que eu pudesse
aprender
A bela arte de representar...
-Ora!... Com uma incontrolável
curiosidade...
Punha-me... (no mesmo dia)
De um teatro a outro,
A bisbilhotar...
E assim criei vínculos de amizade
Com inúmeros artistas...
Que, ao Teatro,
Ensinaram-me a amar.
-Ora! Dessas minhas muitas
andanças teatrais...
Algumas, agora, passo a
narrar:
- Entre mim e o Teatro,
O primeiro contato direto ocorreu
Numa bela noite de estréia
Lá no “Teatro Brasileiro
de Comédia”,
Já que em eventos desse
naipe,
Entrada, não se costumava
cobrar!...
E foi por conta dessa
benesse
Que
naquele dia eu pude está lá...
Pra ver...ouvir e admirar,
A grande Cacilda Becker e
o Plínio Marcos
No palco a interpretar:
“César e Cleópatra”!...
( sob a direção de Ziembinski)
- Por lá permaneci muito
tempo
(ao lado de Walmor Chagas)
Até a peça findar.
Eu, para apertar a mão da
grande Cacilda,
E ele, pra amainar a fúria
silenciosa da critica,
Prestes a esbravejar!...
- Isto é pura verdade...
Quer vocês queiram ou não!
Ainda hoje...como se fosse
um eco a soar,
Ouço a voz de Cacilda a
chamar:
" Fitatatitaaaaa...
Fitatatitaaaaa...”
- Mas alguns anos depois...
Tive o imenso desgosto de
me informar,
Que a interpretar "Godô",
A grande Cacilda nos
deixou
Pra no firmamento
Mais uma estrela
brilhar...
-Mas, Tré lé lé... Tré lé
lé... Trá lá lá!
Porque muitas outras coisas
ainda as tenho
Prá lhes contar:
- Lá no “Teatro da Aliança Francesa”,
(Ao lado de Leonardo
Vilar)
Tive a feliz oportunidade única
De contemplar “Gogol” a
desfilar...
Com seu famoso monólogo:
“Diário de Um Louco”...
Graças à brilhante
interpretação
Do grande ator Rubens
Correia,
Que nos fez a todos
pasmar.
- Enquanto isso lá no TUCA...
A “Morte e Vida Severina”
(De João Cabral de Melo Neto)
Era ensaiada a todo vapor...
Pra lá na França
(em
um festival de teatro)
Se apresentar...
- E lá no “Teatro
Oficina”...
“Máximo Gorki” a todos encantava...
Com seus “Pequenos Burgueses”,
Tendo, o grande Renato Borghi,
A
comandar a bela apresentação...
- Já lá no “Teatro
de Arena,”
A grande Dina Sfat
A carreira iniciava...
Com talento, graça e disposição...
Tendo contribuído assim muito
Prá “Zumbi”cantar...
(com veracidade)
A tão propalada “Liberdade”...
-Entretanto, após o lamentável “Golpe
de 64”,
(Apelidado de revolução)
Para a censura enganar...
O Teatro passou
daí então
A expressar seus protestos muitos...
Através de metáforas tantas...
E de musicais inúmeros...
- Então, logo procurei me informar:
- Como assistir Bibi,
“My Fair Lady” interpretar?!...
Mas logo ao subir a av. Brigadeiro...
Com uma grande placa me deparei
A anunciar a dita famosa opereta
Em que ela, Bibi, Paulo Autran e
Uma multidão de atores coadjuvantes
Lá estavam a estrelar...
- Quinze vezes lá voltei...
(Só pra me deliciar!)
Pois ficara fascinado...
Com o enredo,
Com os cenários a mudar...
E com o som das “cantigas de cantar”.
Enfim, por tudo isso e muito mais
ainda,
Sentia-me sempre atraído
Àquele teatro retornar...
Pois, a cantar... a falar... ou a
dançar...
Todos os atores interpretavam
Lindamente...( sem cessar!)
Produzindo, destarte, em mim...
Emoções inesquecíveis,
Bem difíceis de se explicar!...
- Por fim, então, cerrarei agora
As cortinas das velhas lembranças,
E por-me-ei sozinho a degustá-las...uma
a uma,
Para que eu não as esqueça... Jamais, enfim!
Montes Claros(MG),
16-04-2011
RELMendes
Que bela oportunidade vc teve! Mas, se não tivesse tanta sensibilidade de nada teria servido. Bjs, meu irmão,
ResponderExcluirMaria Luiza
FECHO OS OLHOS E AINDA POSSO VER MINHA QUERIDA SÃO PAULO DE TEMPOS PASSADO.
ResponderExcluirTEMPOS QUE NÃO VOLTA MAIS E QUE VOCÊ DESCREVE TÃO BEM EM VERSOS.