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domingo, 13 de novembro de 2011

O Menino e o Corredor


          No fluxo e refluxo
          da maré de amargas recordações
          da infância,
          sempre defronto-me
          com dois longos corredores. 

          No corredor do abrigo no interior,
          deslizava-me perplexo
          entre a sala de visitas e o fundo do quintal
          até a exaustão física e mental.

          Corria, gritava,
          meneava a cabeça de um lado para o outro,
          tentando estancar
          o suspiro ávido dos amantes!

          No corredor da capital,
          permanecia estático,
          inerte e estupefato.

          A porta entreaberta enfraquecia a inocência
          e estilhaçava a perspectiva de pureza.

          Fugir, sem pestanejar,
          era o desejo imediato.
          Anelo impossível!

          Obstáculos intrasponiveis:
          à direita um coati selvagem;
          à esquerda uma janela no terceiro andar.

         Quero evadir-me, não posso!
         Nenhum ‘bando de pássaros selvagens passou por ali”.
         Embora, minha rosa fosse falsa,
         eu não era o “Pequeno Príncipe”.  



        Montes Claros (MG),   02-05-2009
        RELMendes

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