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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Deslumbramento


                       
-Ah, o primeiro encontro...
Entre mim e a bela Sampa!...
Uma visão fascinante...
Do ainda até então...para mim,
Totalmente, inusitado,
Que, de pálpebras bem abertas...
Contemplei... Completamente,
Perplexo:
-Nevoeiro... Nevoeiro...denso,
Neblina intensa...visão opaca,
Garoa persistente...roupa úmida,
Frio cortante...dentes trincando,
Coração transbordando de alegria,
E de esperança repleto...

-Aos solavancos intermitentes...
O trem foi parando...parando,
Na  longa plataforma
Da extasiante Estação da Luz”...
Que, a época, não era nem crackolândia,
Nem museu da língua portuguesa...
Mas um belo presente do “Reino Unido”.
Mais que luxo-burguês
Ou nobre a ser admirado,
Ela é uma explicita discrição
Da arte inglesa... Que...ainda hoje,
Alinhava-se...perfeitamente,
Com o rebuscado Barroco-Colonial
Do velho “Mosteiro da Luz”...

-Logo ao descer do trem
Vi-me totalmente mergulhado...
Num intenso burburinho de vozes...
Que...concomitantemente,
Alternavam-se e se alteravam
No desordenado vaivens
De viandantes apressados...
Que se moviam...a passos largos,
Entre a esperança e a solidão,
À busca de um rumo,
À busca de um prumo...

-Logo que lá me abriguei forasteiro...
- Na amada Cosmópolis acolhedora -
Apossou-se de mim...
Um gozo transcendental,
Terno e intranquilo...
Então...sutilmente,
Deixei-me apaixonar...
E...desvairadamente,
Permiti-me... Piratiningar!


Montes Claros, 05-04-2011
RELMendes


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