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sábado, 5 de novembro de 2011

Lucidez Poética

(Homenagem aos meus setenta (70) anos de idade).
                   

-Se é verdade que, ao envelhecer,
Meu rosto perdeu o viço da juventude
- Porque os rastros da envelhecença o marcaram
Sem pena, nem dó alguma  sequer! -
Também é verdade que, não esmaeceu, em mim,
A intensidade de meus tantos sonhos juvenis d’outrora.
Pois eles, ainda hoje, persistem em mim, tão aflorados/
Quão aqueles já degustados pelo porongo que fui outrora:
-Sonhos tressuados de devaneios,incontroláveis,
-Sonhos tresvariados de doces fantasias,transitórias,
Como se fora nuvens a valsar nos céus, ao sabor dos ventos!

-Nesses setenta (70) anos, por mim já percorridos,
As rugas impiedosamente/ plissaram-me a epiderme viçosa.
E os meus negros cabelos? Ah, argentaram-se, a olhos vistos,
Pra alumiar-me á fronte de ancião, sonhador, e agora, poeta!
Mas a face de garoto, travesso, que em mim resplendia...
E a alma sensível, de doce galanteador, deveras peralta...
Ah, essas, ainda hoje, em mim, frementes esplendem!

-Portanto,ah, se ainda ontem vivi intensamente...
Uma diversidade de emoções, deveras inesquecíveis,
Não há por que, neste então, sorver-me em prantos,
Nem, tampouco, por que quedar-me, agora,
Em intermináveis lamentos... acachapantes!
Pois/ainda que longevo, mas pleno de vida a pulsar,
E de liberdade a cantar, não pretendo agora, em hipótese alguma,
Deixar de prosseguir tentando poetizar, com imensa satisfação,
Essa gama de saborosas emoções inesquecíveis...
Que nem a batuta do tempo, em minh’alma, jamais
As consegui apagar!

Montes Claros, 13-03-2011
Romildo Ernesto de Leitão Mendes

(RELMendes)

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